Lira prega calma sobre auxílio emergencial: “Não sou mágico”

O parlamentar defendeu a aprovação da PEC Emergencial para abrir espaço no orçamento e, a partir daí, o governo acenar com a proposta

Marcelo Montanini
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Candidato à presidência da Câmara, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) disse nesta segunda-feira (11/1) que, sem orçamento, não há como propor uma solução sobre o fim do auxílio emergencial sem estourar o teto de gastos. “Não sou mágico, não tem como propor uma solução no curto prazo, sem abalar o que todo mundo preza”, disse Lira.

Em conversa com jornalistas, o candidato do PP destacou que “no recesso, sem orçamento, sem previsão de PLN [Projeto de Lei do Congresso, com crédito orçamentário]” não teria o que fazer. Lira disse que tentou durante todo o ano de 2020 uma solução para um programa social, sem sucesso. “Não dá pra falar vamos votar o auxílio agora sem falar de onde tirar recurso”, afirmou.

O deputado defendeu a retomada dos trabalhos presenciais na Câmara e disse que, se eleito, a Comissão Mista de Orçamento será instalada na primeira semana de fevereiro para analisar a proposta de emenda à Constituição (PEC) n° 186/19, a PEC Emergencial, com celeridade.

“Com a PEC Emergencial, que temos de tratar ela sem versão, cuidando de maneira detalhada, ela vai abrir a responsabilidade orçamentária de um programa social”, disse. “A partir daí, o governo poderá fazer um aceno com um orçamento que não lhe crie problemas”.

A CMO foi alvo de disputa em 2020 entre os grupos de Lira e de Maia. Eles estavam juntos num bloco que havia indicado Elmar Nascimento (DEM-BA) para presidir o colegiado, ao romperem, Lira indicou Flávia Arruda (PL-DF). Por falta de acordo, a comissão não foi instalada.

Pautas de costumes

Alinhado ao Planalto, o líder do centrão disse que não tem preconceito com nenhuma pauta e, se as pautas de costumes tiverem maioria no colégio de líderes, serão pautadas como qualquer outra.

“Eu não tenho preconceito com nenhuma pauta. Como parlamentar, eu posso pensar o que quiser. Como presidente da Câmara, não. Eu tenho que respeitar o que eu estou pregando: que é socializar, democratizar, dar transparência e previsibilidade”, afirmou Lira.

“Qualquer assunto que tenha o amadurecimento da população, que tenha maioria para ter urgência no plenário ou no colégio de líderes, será discutido. A minha obrigação é discutir e colocar em votação os assuntos, se vai ter maioria ou não é pertinente ao plenário”, acrescentou.

Lira havia criticado em 2019 a pauta de costumes do governo, destacando que elas não são importantes para o país. O candidato destacou que pretende realizar reuniões do colégio de líderes todas às quintas-feiras para debater e dar previsibilidade às pautas.

Os deputados Marcelo Ramos (PL-AM), da chapa de Lira, e Luis Miranda (DEM-DF) e Celso Sabino (PSDB-PA), cujos partidos pertencem ao bloco de Maia, participaram do encontro desta segunda-feira. Além do líder do Republicanos, Jhonatan de Jesus (RR), e Margarete Coelho (PP-PI).

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