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Itamaraty avaliará com Agricultura efeito de veto a frigoríficos

Países árabes desautorizaram empresas brasileiras a exportar frango: medida seria retaliação a mudança da embaixada do Brasil em Israel

atualizado

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Frango
1 de 1 Frango - Foto: Reprodução/Twitter

O Itamaraty disse que vem mantendo estreita coordenação com o Ministério da Agricultura para avaliar o impacto econômico da decisão da Arábia Saudita de desautorizar frigoríficos brasileiros a exportar carne de frango para o país e que vai auxiliar o setor exportador nos contatos com autoridades sanitárias sauditas.

Em nota, o Itamaraty destaca que a habilitação de 25 estabelecimentos brasileiros foi confirmada para exportar o produto, “uma vez que foram avaliados satisfatoriamente pela autoridade sanitária saudita (SFDA Saudi Food and Drug Authority), que realizou missão técnica de inspeção em outubro de 2018”.

Conforme a nota ainda, outros 12 estabelecimentos também inspecionados não tiveram sua habilitação renovada de forma imediata, mas poderão ser reabilitados desde que apresentem plano de ação para implementar as adaptações sugeridas pela SFDA em um prazo de 30 dias.

Adicionalmente, estabelecimentos que não foram inspecionados em outubro podem buscar autorização para exportação à Arábia Saudita mediante solicitação direta às autoridades sanitárias daquele país”, disse.

Retaliação
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o motivo alegado para o veto aos frigoríficos foram questões técnicas, que estariam sendo solucionadas. Contudo, o ex-secretário-geral da Liga Árabe (organização que reúne 22 países árabes), Amr Moussa, declarou em Davos, na Suíça, que a medida é retaliação ao governo de Jair Bolsonaro (PSL), em função da decisão de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém.

“O mundo árabe está enfurecido [com o Brasil]”, disse Moussa, um dos diplomatas do Oriente Médio de maior influência na região e que participa do Fórum Econômico Mundial. “Essa é uma expressão de protesto contra uma decisão errada por parte do Brasil. Muitos de nós não entendemos o motivo pelo qual o novo presidente do Brasil trata o mundo árabe desta forma”, completou.

Segundo ele, mais medidas do tipo podem ser adotadas para forçar o governo brasileiro a voltar atrás na decisão e não tirar a embaixada em Israel de Tel-Aviv.

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