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Ibovespa tem alta de 0,42%, definida com quórum para votação na Câmara

Movimentação política intensa e tumultuada desta quarta (25/10), teve influência limitada sobre os negócios no mercado acionário brasileiro

atualizado

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Financial data on a monitor,Stock market data
1 de 1 Financial data on a monitor,Stock market data - Foto: ISTOCK

A movimentação política intensa e tumultuada desta quarta-feira (25/10), teve influência limitada sobre os negócios no mercado acionário brasileiro, mas decisiva. À espera de importantes definições do cenário doméstico, o investidor operou por quase todo o dia alinhado ao humor externo, onde o viés foi negativo. O Índice Bovespa, que operou em baixa durante quase toda a tarde, inverteu o sinal na última hora de negócios e fechou com ganho de 0,42%, aos 76.671,13 pontos. Os negócios somaram R$ 8,8 bilhões.

O único momento de estresse foi visto logo após a notícia da internação do presidente Michel Temer, justamente no dia da votação da denúncia criminal contra ele na Câmara dos Deputados. Por volta das 14h28, o indicador marcou a mínima de 75.404,32 pontos, em baixa de 1,24%. A aceleração das perdas foi bastante pontual, com rápida recuperação, à medida que as notícias indicavam que o mal-estar de Temer estava relacionado a problemas urológicos.

Segundo operadores, gerou desconforto no mercado a dificuldade da base do governo em reunir o quórum de 342 deputados na sessão Isso porque, aparentemente, diversos deputados da base aderiam à estratégia da oposição ao longo do dia, evitando registrar presença no plenário. O quórum foi atingido somente por volta das 17h, o que possibilitou a abertura da fase de votação, que deve se estender por mais algumas horas.

O alcance do quórum foi determinante para a virada do Ibovespa, que contou ainda com a desaceleração das perdas nas bolsas de Nova York. A melhora foi comandada pelas ações do setor financeiro e teve ajuda ainda dos papéis da Petrobras, que ampliaram os ganhos na última hora de negócios, apesar do fraco desempenho dos preços do petróleo. No final dos negócios, Petrobras ON e PN tiveram altas de 1,01% e 1,27%, respectivamente. Entre os bancos, destaque para Banco do Brasil ON (+1,62%), units do Santander (+1,35%) e B3 ON (+3,06%).

A maior alta do índice ficou com Eletrobras ON, que avançou 3,45%, novamente embalada pela perspectiva de privatização. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que a medida provisória que abre caminho para a privatização da companhia deve ser editada na próxima semana. Em encontro na terça-feira com empresários franceses, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se mostrou otimista e comparou o processo de privatização da Eletrobras ao da Telebras, em 1998.

“O mercado teve momentos de desconforto, mas continuou a apostar na vitória de Temer na votação. Os obstáculos impostos pela oposição já eram esperados e não chegaram a causar estresse”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora. Segundo ele, no entanto, a possibilidade de o governo conseguir avançar com a reforma da Previdência ainda é vista com bastante ceticismo entre investidores. Ainda assim, diz, o placar da votação deverá indicar a força política de Temer nos próximos meses.

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