Guedes cancela agenda com CNT após vacinação ilegal, diz jornal

Nessa quarta-feira (24/3), um grupo de empresários ligados ao setor de transporte tomou a primeira das duas doses da Pfizer ilegalmente

Talita Laurino
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou sua participação na reunião da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que ocorreria nesta sexta-feira (26/3), às 15h30, sem dar explicações. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, entretanto, o ministro se mostrou indignado a auxiliares devido à vacinação ilegal de empresários do setor e decidiu cancelar a conversa até que tenha um posicionamento oficial da CNT sobre o episódio.

Nessa quarta-feira (24/3), um grupo de políticos e empresários, a maioria ligada ao setor de transporte de Minas Gerais, e seus familiares tomaram a primeira das duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19, em Belo Horizonte, de forma ilegal.

Entre os imunizados estava o ex-senador e ex-presidente da CNT Clésio Andrade. “Estou com 69 anos, minha vacinação (pelo Sistema Único de Saúde) seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”, disse à revista Piauí.

Em lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, o setor privado é obrigado a doar todas as doses adquiridas ao SUS até que os grupos prioritários estejam imunizados. Passada essa etapa, as empresas poderão ficar com 50% dos lotes comprados.

Compra de vacinas pelo setor privado

Nessa quinta-feira (25/3), em audiência pública no Senado, Guedes defendeu que empresários possam adquirir vacinas contra a Covid-19.

“Nossos empresários têm capacidade de ir lá fora e comprar sobras de vacina”, afirmou o ministro. Na mesma tarde, Guedes anunciou que Luciano Hang, o “Véio da Havan”, e Carlos Wizard, proprietário de mais de 20 empresas, doarão 10 milhões de vacinas para o Sistema Único de Saúde (SUS).

“Isso é só para vocês verem a capacidade do impacto que o setor privado pode ter. Dois empresários têm 10 milhões de vacinas para doar. Então imaginem 100 empresários, agora são dois deles, então seria 50 vezes essa doação de 10 milhões. E nós temos 100 empresários que possam querer fazer essas doações. Seriam 500 milhões de vacinas”, disse o ministro.

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