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Dólar tem segunda maior queda de 2018, fechando o dia em R$ 3,71

A expectativa pela Previdência e a possível alta do presidente Bolsonaro nesta quarta, fizeram a moeda ter a maior queda desde 2 de janeiro

atualizado

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1 de 1 dolars-free-images-840×577 - Foto: MARCIN ROLICKI/FREE IMAGES

O mercado de câmbio teve um dia de alívio nesta terça-feira (12/2) após quatro altas seguidas do dólar. O real foi a moeda que mais se valorizou perante a divisa dos Estados Unidos, considerando os países emergentes e desenvolvidos. O exterior positivo e a perspectiva de avanço da reforma da Previdência, com a confirmação de que o texto base das medidas está pronto e o presidente Jair Bolsonaro pode mesmo ter alta nesta quarta-feira (13), além da entrada de fluxo do exterior, fizeram o dólar ter a maior queda diária desde 2 de janeiro, quando recuou 1,83%. No final da sessão, a moeda americana terminou em R$ 3,7148 (-1,33%).

Operadores relatam a entrada de fluxo externo para a bolsa, que subiu forte, enquanto o BTG Pactual fechou captação externa de US$ 600 milhões. Com isso, o dólar testou o nível de R$ 3,70, na parte da tarde, com o noticiário doméstico também ajudando. No noticiário doméstico, o médico de Bolsonaro, Antonio Luiz Macedo, disse que o presidente está “excelente” e deve ter alta nesta quarta-feira.

Mais cedo, após se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, disse que a equipe concluiu um texto base do projeto de reforma da Previdência, que será apresentado ao presidente assim que ele estiver recuperado. Ele lembrou que o texto está diferente da minuta da reforma, que previa idade mínima de 65 anos para aposentadoria homens e mulheres.

O gestor da Rosenberg Asset, Eric Hatisuka, avalia que a expectativa do mercado sobre a reforma da Previdência está alta, o que abre espaço para a frustração com alguns pontos. Para ele, os desdobramentos recentes indicam que o texto caminha, mas talvez em ritmo mais lento do que o inicialmente esperado. Mas nesta terça, o gestor ressalta que o cenário externo positivo foi decisivo para a melhora dos ativos domésticos. Ele observa que o índice DXY, que mede o desempenho do dólar perante uma cesta de moedas de países desenvolvidos, interrompeu uma sequência de oito altas seguidas e caiu 0,36%. “Quando este índice sobe, ajuda a aumentar a aversão ao risco”, disse ele.

No exterior, após uma segunda-feira de maior nervosismo, o dia foi de busca por risco, estimulada pela possibilidade de avanço nas negociações comerciais entre China e Washington, e pelo acordo preliminar entre democratas e republicanos para evitar nova paralisação do governo americano. Na questão comercial, representantes do primeiro escalão do governo americano estão em Pequim para tentar avançar com as conversas e o presidente Donald Trump admitiu que, se as conversas estiverem avançadas, pode estender o prazo de 1º de março, estipulado para o fim da trégua entre os dois países.

Ainda sobre a reforma da Previdência, pesquisa do Bank of America Merrill Lynch mostra que subiu para 93%, um nível recorde, o porcentual de gestores internacionais que acreditam que as medidas serão aprovadas este ano. Com isso, também cresceu o número de investidores, de 32% em janeiro para 39% na pesquisa deste mês, que preveem que o dólar vai terminar o ano abaixo de R$ 3,60.

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