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Com pandemia, produção industrial cai 9,1% e tem pior março desde 2002

Na comparação com o mesmo mês de 2019, recuo foi de 3,8%, o quinto mês com resultado negativo nessa base de comparação

atualizado

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A produção industrial caiu 9,1% em março na comparação com fevereiro, o pior resultado para o mês de março desde 2002. Em relação ao mesmo período de 2019, a queda foi de 3,8%, o quinto resultado negativo seguido nessa comparação. O setor industrial acumula queda de 1,7% no primeiro trimestre e de 1% em 12 meses, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira (05/04), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, o resultado foi afetado pelas paralisações em diversas fábricas após a adoção de medidas de distanciamento social para conter o avanço do coronavírus.

“Esse impacto da pandemia fica evidenciado quando se compara com o mês de fevereiro, já que a taxa é fortemente negativa e representa a queda mais intensa desde maio de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. E não apenas pela magnitude da taxa, mas também pelo alargamento por diversas atividades, incluindo todas as quatro categorias econômicas e 23 das 26 atividades pesquisadas”, analisa Macedo.

Com o resultado de março, mesmo os resultados positivos de janeiro (1,2%) e fevereiro (0,50%) não evitaram um primeiro trimestre já negativo para a indústria. Para 2020, todas as casas consultadas pelo Projeções Broadcast projetam queda na produção industrial, de 9,8% a 2,2%, com mediana de -5,0%. Seria a maior queda desde 2016 (6,4%). No ano passado, a redução foi de 1,1%.

Os analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast preveem quedas ainda mais fortes em abril, primeiro mês a ser completamente abarcado pelas medidas de distanciamento social.

Indicadores antecedentes já apontavam que o resultado da indústria seriam ruim. Em março, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da indústria recuou 0,9 ponto porcentual, para 75,03%, na série com ajuste sazonal, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) reportou produção de 189.958 unidades – uma queda de 6,97% na comparação com fevereiro, sem ajuste, e de 21,10% frente a igual mês de 2019.

Ao mesmo tempo, o consumo de energia elétrica recuou 1,5% na comparação com março do ano passado, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia (CCEE), mesmo apesar de o mês ter tido, em 2020, 4,5 dias úteis a mais, considerando metade do dia na quarta-feira de cinzas do ano passado. Além disso, de acordo com o Instituto Aço Brasil (IABr), a produção de aço bruto recuou 8,2% ante igual mês de 2019.

“O cenário mais provável é vermos a indústria puxando para baixo o PIB do primeiro trimestre. Nas nossas contas, o setor deve encerrar 2020 abaixo do nível que tinha no final de 2019, com aceleração da tendência de queda em abril”, diz o economista sênior do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier. Ele projeta uma queda de 1,0% a 1,3% no PIB do primeiro trimestre e de 4,0% em 2020, com retração de 8,5% na produção industrial.

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