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Bancos estrangeiros passam a ver até três cortes de juros este ano

Alguns economistas já preveem a Selic encerrando 2019 em 5%, novo recorde de baixa

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Economistas de bancos estrangeiros mudaram nos últimos dias as previsões para a taxa básica de juros no Brasil e agora preveem um ritmo mais intenso de cortes na Selic, com até três reduções este ano, começando já a partir da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom), com um corte inicial de 0,50 ponto porcentual. Casas como JPMorgan, Citibank e UBS, que antes estimavam manutenção dos juros, passaram a ver redução das taxas este ano e alguns economistas já preveem a Selic encerrando 2019 em 5%, novo recorde de baixa.

O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira (24/06/2019) que a expectativa do mercado para a taxa até o fim de 2019 é a de que a vai permanecer em 5,75% ao ano. Após o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na semana passada, os economistas do mercado financeiro mantiveram as projeções para a taxa básica de juros no fim de 2019 e 2020.

As revisões nas projeções dos bancos ocorreram após o Comitê de Política Monetária (Copom) deixar as portas abertas para uma redução de juros, mas condicionou o movimento à aprovação da reforma da Previdência. As atenções se voltam agora para a publicação da ata do encontro, que será divulgada nesta terça-feira (25/06/2019). Muitas casas, como o Citibank e o JP, avaliam que aumentou a chance de o texto ser votado no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho. Por isso, cresce a aposta de que o primeiro corte na Selic deve vir já na reunião de julho do Copom, dias 30 e 31 do mês que vem.

“Melhoramos nosso cenário para a reforma da Previdência, esperando maior economia fiscal das medidas e aprovação mais cedo”, afirmam os economistas do Citi para Brasil, Leonardo Porto e Mauricio Une, ressaltando que passaram a prever corte de 0,25 ponto porcentual no mês que vem e mais outra redução ainda este ano, levando a Selic para 5,5%.

O Rabobank alterou as previsões e acredita que o Banco Central deve entrar em um ciclo mais intenso de corte de juros este ano, fazendo três reduções na Selic até dezembro, cada uma de 0,50 ponto porcentual. Com isso, a taxa básica deve terminar 2019 em 5%, mesmo patamar previsto para o final de 2020. A inflação comportada, com expectativas ancoradas, e a fraca atividade econômica abrem espaço para cortes, ressalta relatório.

O JPMorgan também espera três cortes na Selic este ano, mas vê a taxa chegando a dezembro em 5,75%. A estimativa anterior do banco americano era de que o juro fosse terminar o ano nos atuais 6,5%. O JP também projeta que o Copom vai começar a cortar os juros na reunião de política monetária de julho, com redução de 0,25 ponto, seguida por outros dois cortes da mesma magnitude em setembro e outubro. Para 2020, a previsão da Selic foi mantida em 6,5%.

Os economistas para Brasil do JP, Cassiana Fernandez, Cristiano Souza e Vinicius Moreira, observam que o comunicado da reunião do Copom veio com um tom mais “dovish”, ou seja, defensor de juros mais baixos, deixando “as portas abertas” para a redução da Selic “em breve”. O início do processo de redução, destacam eles, vai depender da votação da reforma da Previdência na Câmara, mas o JP também destaca que aumentou a chance de o texto ser votado na plenária da Câmara antes do recesso.

“Achamos que o fraco crescimento e o ambiente de inflação benigna vai levar a cortes de 100 pontos-base na Selic pelo Banco Central no segundo semestre”, destaca o Bank of America Merrill Lynch. Com isso, a taxa cairia para 5,5% ao final de 2019, patamar que seria mantido no ano que vem. O Goldman Sachs também vê a Selic terminando o ano em 5,5% e não descarta um corte inicial de 0,50 ponto na taxa, podendo ocorrer em julho.

O UBS Brasil também mudou sua previsão e espera que o BC comece cortar a Selic na reunião de julho, com uma redução de 50 pontos-bases. O ciclo total de cortes deve ser de 75 pontos-base, levando a taxa para 5,75%, de acordo com relatório assinado pelos economistas, Tony Volpon e Fabio Ramos. Os economistas do UBS destacam que o Copom reconheceu o enfraquecimento da atividade econômica, mas espera recuperação pela frente. Na inflação, o BC observou melhora do balanço de riscos, mas vê possibilidade de piora, sobretudo por frustração com as reformas, destacam no relatório. “O aparente viés do BC é agir na próxima reunião e não esperar a seguinte, em meados de setembro.”

Para o estrategista do Société Générale, Dev Ashish, à medida que aumentar o consenso no mercado de aprovação da reforma da previdência mais cedo, deve crescer ainda mais a visão de juros menores no Brasil. Ele prevê que o aval final do Senado às medidas que alteram a aposentadoria deve ocorrer no terceiro trimestre, com a Câmara fazendo a primeira votação no plenário em julho. Ele ressalta que o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vem dando declarações que apoiam a visão de que a votação deve mesmo ocorrer no plenário da casa até meados de julho.

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