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Críticos do “Fique em casa”, bolsonaristas querem barrar o Carnaval

Campanha nas redes sociais pede o cancelamento da festa devido ao risco de contágio pelo coronavírus

atualizado

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Myke Sena/Especial para o Metrópoles
Carnaval
1 de 1 Carnaval - Foto: Myke Sena/Especial para o Metrópoles

Críticas incisivas e reiteradas à imposição de medidas de distanciamento e isolamento social viraram, ao longo da pandemia de coronavírus, uma das bandeiras do bolsonarismo mais radical. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repete cotidianamente o esforço para culpar a política do “Fique em casa, a economia vem depois” por problemas como a inflação, e sempre defendeu a reabertura do comércio com a previsão de restrição para idosos.

Em relação ao Carnaval do ano que vem, essa ala mais “raiz” de apoiadores e o mandatário também convergem: querem o cancelamento da festa, independentemente dos impactos econômicos, com a justificativa de evitar uma nova onda de contágio e de respeitar as vítimas da Covid-19.

Na quinta-feira (25/11), Bolsonaro foi enfático, em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia: “Por mim, não teria Carnaval, mas tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), quem decide são os governadores e prefeitos”.

A tese do grupo foi explicada nesta semana pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), que ganhou recente notoriedade como integrante da tropa de choque do governo na CPI da Covid-19 na Casa legislativa.

“Os casos de Covid estão crescendo no exterior, mesmo em países que possuem percentual elevado de vacinação”, começou ele. “Enquanto isso, discute-se no Brasil a retomada do Carnaval, uma festa muito popular, com grande aglomeração e nenhum controle sanitário. Será que vamos repetir o episódio de 2020, quando prefeitos e governadores realizaram festas de Carnaval no país inteiro, em meio a um cenário pandêmico e, na sequência, culparam o presidente Bolsonaro pela evolução dos casos da Covid-19?”, questionou o parlamentar.

A campanha anticarnavalesca ganhou as redes e os grupos bolsonaristas, no WhatsApp e no Telegram. Veja exemplos de postagem no Twitter pedindo que não haja Carnaval no ano que vem, no período entre 26 de fevereiro (sábado) e 1º de março (terça-feira) de 2022:

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Eventos de Carnaval cancelados

Mesmo sem a “benção” oficial de Bolsonaro, cidades pelo país inteiro estão decidindo não fazer festa no Carnaval. De acordo com levantamento do jornal O Estado de S.Paulo, pelo menos 70 municípios paulistas já anunciaram a suspensão das festividades carnavalescas.

A decisão pelo cancelamento é mais recorrente em cidades do interior, já que a maioria das prefeituras das capitais ainda mantém planos para a festa. Em Salvador, porém, são muito altas as chances de suspensão dos eventos por mais um ano, segundo apuração do colunista Leo Dias, do Metrópoles. As TVs já teriam sido avisadas.

No DF, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou, na terça-feira (23/11), que discute detalhes para viabilizar o Carnaval na capital: “É possível”, afirmou ele, que também quer ter festas de fim de ano. “Estamos fazendo o estudo e analisando com a Secretaria de Saúde uma forma de evitar grandes aglomerações. Estamos em negociação e bem avançados para que exista a festa de Réveillon neste ano e possamos entrar 2022 com a população mais alegre e em alto astral, e ter um ano muito feliz”, afirmou o chefe do Executivo local.

Apesar do otimismo do governador distrital, no início de outubro, o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Bartolomeu Rodrigues, havia dito que não trabalhava com a possibilidade de ocorrer celebração do Carnaval em 2022. A pandemia de Covid-19 era apontada como principal motivo para a decisão.

Momento da pandemia

O Brasil registrou na quarta-feira (24/11) média móvel diária de 212 mortes por Covid-19. Foi o 23º dia consecutivo em que o indicador ficou abaixo de 300. Na comparação com o verificado há 14 dias, houve variação de -11,8%, o que sinaliza queda no número de vítimas.

No total, o Brasil já perdeu 613.066 vidas para a doença, e contabiliza 22.030.182 casos de contaminação.

O número de mortes e casos tem caído à medida que a vacinação avança, o que justifica a abertura do setor de eventos na maior parte do país. Na terça-feira (23/11), dados sobre a Campanha Nacional de Imunização mostravam que 71,3% da população com 12 anos ou mais no país está totalmente imunizada contra a Covid-19. O índice corresponde a 130.437.478 dos quase 182 milhões de brasileiros, nesta faixa etária, com o ciclo vacinal completo.

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