Covid: Queiroga afirma que país vive “Torre de Babel vacinal”

Declaração faz referência aos embates entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo na distribuição de imunizantes contra a Covid-19

Rebeca Borges
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta segunda-feira (13/9), que o país enfrenta uma “Torre de Babel vacinal”.

A declaração faz referência aos embates entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo na distribuição de imunizantes contra a Covid-19.

Em conversa com jornalistas, o ministro criticou gestores que não seguem as recomendações do Plano Nacional de Imunizações (PNI).

Ele citou o estado de São Paulo que, contrariando a decisão do governo federal, anunciou a aplicação da dose de reforço em idosos de 60 anos ou mais, a partir da última segunda-feira (6/9).

A recomendação do Ministério da Saúde é que as unidades federativas administrem, a partir da próxima quarta-feira (15/9), a dose de reforço em pessoas de 80 anos ou mais.

“Há estados anunciando que vão vacinar idosos acima dos 60 anos. Então, fica difícil. Como conseguiremos conduzir a campanha de vacinação com essa espécie de Torre de Babel vacinal? Vamos juntos, que aí vamos mais seguros, mais firmes”, pontuou.

AstraZeneca

Na última semana, o estado de São Paulo afirmou que o governo federal estaria devendo 1 milhão de vacinas da AstraZeneca. O governador João Doria (PSDB) afirmou que entraria com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para receber os imunizantes.

Nesta segunda-feira, a Prefeitura de São Paulo começou a utilizar o imunizante da Pfizer para vacinar pessoas que estão com a segunda dose da AstraZeneca atrasada, já que os estoques da cidade estão desabastecidos do fármaco.

Segundo o Ministério da Saúde, o problema ocorre porque a região não guardou doses para a aplicação do segundo reforço, conforme as recomendações do governo federal.

Em nota divulgada nesta segunda, a pasta disse que as unidades federativas que não seguirem as recomendações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 (PNO) podem sofrer com “falta de doses”.

“Nos últimos dias, alguns estados relataram falta do imunizante AstraZeneca para a segunda dose. No entanto, a distribuição do Ministério da Saúde foi feita conforme o previsto, e calculada respeitando o prazo para a dose 2, que atualmente é de 12 semanas, para todas as localidades”, divulgou a pasta.

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Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
“Reclamadores crônicos”

Ainda nesta segunda, Queiroga disse que os estados que se queixam de falta de doses são “reclamadores crônicos”. Ele citou a visita a Manaus (AM), realizada no último fim de semana, como prova de que a entrega de vacinas funciona.

“Estive no fim de semana em Manaus. Fomos habilitar uma UBS fluvial. Lá tinha um posto de vacinação, onde havia Coronavac, AstraZeneca e Pfizer. Por que em uma unidade ribeirinha tem vacina e no principal estado do país não tem? Porque o Amazonas tem seguido a principal recomendação do PNI”, pontuou.

Sem citar o estado de São Paulo, Queiroga fez críticas às “publicidades” de antecipação dos calendários nas campanhas estaduais de vacinação.

“Quem reclama? Quem são os reclamadores crônicos? E você verifica as publicidades que fizeram… Não foi o Ministério da Saúde que fez publicidades nesse sentido. Tem a ver com o PNI. Se seguir o PNI, chegaremos fortes ao fim da campanha de vacinação, que já é um sucesso”, finalizou.

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