Coronavírus: estados com voos internacionais têm mais infectados

Análise do (M)Dados mostra que casos de coronavírus no país estão distribuídos de acordo com número de passageiros que vêm do exterior

Ricardo Taffner
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O novo coronavírus (Covid-19) entrou no Brasil pelos principais aeroportos do país e tem se fixado onde há maior chegada de voos internacionais. O (M)Dados cruzou o número de casos confirmados pelo Ministério da Saúde com a quantidade de passageiros que vêm do exterior, por unidade da Federação, disponibilizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O resultado da análise mostrou alto grau de correlação entre os dois conjuntos de dados. São Paulo recebeu 670.650 passageiros de voos internacionais só no primeiro mês deste ano – é o estado com o maior número de casos de coronavírus: 56. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, com 211.284 viajantes do exterior e 16 pessoas infectadas.

A curva do gráfico acima mostra que, quanto mais passageiros de voos internacionais chegam a um estado, maior é o número de casos naquela região. Para a análise, foi medido o coeficiente de correlação de Pearson, que foi igual a 0,99.

O resultado desse método pode variar entre -1 e 1. Quanto mais perto ele estiver de um, mais perfeita é a correlação entre os conjuntos de dados. Ao se aproximar de zero, o índice aponta menor dependência entre os números.

Coronavírus

Na última quarta-feira (11/03), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu barrar a entrada de passageiros da Europa. O mandatário dos EUA avisou que todas as viagens do continente estão suspensas, com exceção das realizadas a partir do Reino Unido. O objetivo é conter o avanço do coronavírus em território norte-americano.

O comunicado tornou-se público após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a pandemia de coronavírus. A medida entrou em vigor nessa sexta-feira (13/03) e terá duração de 30 dias.

A decisão de Trump contraria os interesses das empresas de turismo. Segundo a Associação de Companhias Aéreas da Ásia-Pacífico (AAPA), esse tipo de suspensão não é eficaz, uma vez que o coronavírus se espalha principalmente por meio de transmissão local. “Com o avanço do surto de Covid-19 em todo o mundo, é hora de repensar fundamentalmente as restrições de viagem”, destacou a entidade em nota.

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