O novo coronavírus (Covid-19) entrou no Brasil pelos principais aeroportos do país e tem se fixado onde há maior chegada de voos internacionais. O (M)Dados cruzou o número de casos confirmados pelo Ministério da Saúde com a quantidade de passageiros que vêm do exterior, por unidade da Federação, disponibilizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O resultado da análise mostrou alto grau de correlação entre os dois conjuntos de dados. São Paulo recebeu 670.650 passageiros de voos internacionais só no primeiro mês deste ano – é o estado com o maior número de casos de coronavírus: 56. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, com 211.284 viajantes do exterior e 16 pessoas infectadas.
A curva do gráfico acima mostra que, quanto mais passageiros de voos internacionais chegam a um estado, maior é o número de casos naquela região. Para a análise, foi medido o coeficiente de correlação de Pearson, que foi igual a 0,99.
O resultado desse método pode variar entre -1 e 1. Quanto mais perto ele estiver de um, mais perfeita é a correlação entre os conjuntos de dados. Ao se aproximar de zero, o índice aponta menor dependência entre os números.
Coronavírus
Na última quarta-feira (11/03), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu barrar a entrada de passageiros da Europa. O mandatário dos EUA avisou que todas as viagens do continente estão suspensas, com exceção das realizadas a partir do Reino Unido. O objetivo é conter o avanço do coronavírus em território norte-americano.
O comunicado tornou-se público após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a pandemia de coronavírus. A medida entrou em vigor nessa sexta-feira (13/03) e terá duração de 30 dias.
A decisão de Trump contraria os interesses das empresas de turismo. Segundo a Associação de Companhias Aéreas da Ásia-Pacífico (AAPA), esse tipo de suspensão não é eficaz, uma vez que o coronavírus se espalha principalmente por meio de transmissão local. “Com o avanço do surto de Covid-19 em todo o mundo, é hora de repensar fundamentalmente as restrições de viagem”, destacou a entidade em nota.