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Com imagem gigante, católicos rezam contra Campanha da Fraternidade

Membros do instituto Plínio Corrêa de Oliveira se reuniram na Praça dos Três Poderes para realizar o ato

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Oração de terço público na Praça dos Três Poderes, em reparação a Campanha da Fraternidade 2021, promovido pelo instintuto Plínio Corrêa de Oliveira.Fotos: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
1 de 1 Oração de terço público na Praça dos Três Poderes, em reparação a Campanha da Fraternidade 2021, promovido pelo instintuto Plínio Corrêa de Oliveira.Fotos: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

Membros do instituto ultraconservador Plínio Côrrea promoveram, na manhã desta quarta-feira (17/3), a oração do terço em público, como “reparação” à Campanha da Fraternidade 2021. O ato foi realizado na Praça dos Três Poderes.

Cerca de 10 pessoas rezaram, ao lado de uma imagem gigante de Nossa Senhora, além de portarem uma placa com os dizeres:
“A campanha da fraternidade de 2021 escandaliza fiéis católicos, promovendo uma religião sem Deus e sem moral. Reze você conosco também.”

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O ato representa, na prática, uma manifestação dos fiéis mais conservadores da Igreja Católica, contra a Campanha da Fraternidade de 2021, iniciativa religiosa promovida pela mesma igreja, contra a violência sofrida pela população LGBTQI+.

O instituto Plínio Corrêa tem como finalidade a defesa dos princípios básicos da “civilização cristã”, que segundo eles “está ameaçada pela revolução anti-cristã”. Desde 2010, a organização promove conferências e reuniões a respeito de temas como a defesa da família e do casamento tradicional, contra o aborto, contra o socialista e comunismo, entre outros.

Ataques coordenados

Com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, a tradicional iniciativa que pede doações de fiéis para financiar projetos sociais apoiados pela Igreja Católica virou alvo de religiosos ultraconservadores nas redes sociais. Um dos motivos é a busca da inclusão, nesse diálogo, das minorias e a violência direcionada a esses grupos.

Os ataques nas redes são ferozes e acusam líderes religiosos de terem aderido a “pautas abortistas e anticristãs”. Com vídeos no YouTube e hashtags no Twitter e no Instagram, esses grupos tentam incentivar os cristãos a não doar nenhum dinheiro para a Campanha da Fraternidade.

Porém, o próprio papa Francisco enviou, na quarta-feira de Cinzas (17/2), uma mensagem para o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2021 no Brasil. No comunicado, o sumo pontífice ressalta que os cristãos devem ser os primeiros a ter que dar exemplo, “começando pela prática do diálogo ecumênico”.

Francisco diz também ser tempo de superar os obstáculos de um mundo que é muitas vezes “um mundo surdo”. E elogia o fato de a Campanha da Fraternidade, pela quinta vez, ser realizada com igrejas do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).

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