metropoles.com

Com 134 milhões de vacinas excedentes, governo se prepara para 2022

Com cenário positivo e estoque farto, o governo estuda uma série de possibilidades para a campanha de vacinação nos próximos meses

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
vacina é colocada em seringa covid 19
1 de 1 vacina é colocada em seringa covid 19 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Brasil encerra o mês de outubro com resultados positivos na campanha de vacinação contra a Covid-19. Até essa quinta-feira (28/10), o país havia atingido o marco de 62,4% da população maior de 12 anos totalmente imunizada.

Além disso, 84% dos brasileiros nesta faixa etária receberam ao menos uma dose da vacina e aguardam a segunda aplicação para finalizar o esquema vacinal.

Próximo de atingir a cobertura vacinal completa de toda a população, o Brasil ainda tem um extenso estoque de vacinas a receber.

Na última terça-feira, em palestra na Universidade de Lisboa, em Portugal, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem 134 milhões de imunizantes excedentes para este ano.

O quantitativo conta com doses da Pfizer, do segundo contrato de 100 milhões de doses entre o governo federal e a fabricante; da Janssen, que começam a chegar ao país em novembro; e da AstraZeneca.

De acordo com o ministro, essas vacinas não serão utilizadas neste ano. No entanto, os imunizantes têm destino: a vacinação de reforço de idosos e imunossuprimidos e o calendário de imunização para o ano de 2022.

“Neste ano, foram contratadas 550 milhões de doses. Dessas, alguma vão virar o ano nos nossos freezers, e também serão utilizadas para a campanha do ano que vem”, explicou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, na quarta-feira (27/10).

Com cenário positivo e estoque farto, o governo estuda uma série de possibilidades para campanha de vacinação nos próximos meses, como antecipação da imunização de viajantes e até doação de vacinas.

Dose de reforço

A aplicação da dose de reforço em idosos e imunossuprimidos foi anunciada pelo Ministério da Saúde em agosto deste ano. Em setembro, a pasta iniciou a distribuição de vacinas para este público.

Atualmente, o reforço é autorizado para pessoas de 60 anos ou mais que tomaram a segunda dose (ou dose única) da vacina há ao menos 6 meses. A medida também é válida para profissionais da área da saúde.

Em 2022, as 134 milhões de doses excedentes deste ano serão utilizadas para a aplicação de um reforço em todos os adultos de 18 a 59 anos. Além disso, a população maior de 60 receberá mais duas doses de vacinas.

Para reforçar o estoque, o Ministério da Saúde pretende adquirir 120 milhões de vacinas da AstraZeneca e 100 milhões da Pfizer.

0
Vacinação de viajantes

De acordo com o Ministério da Saúde, as doses excedentes também poderão ser utilizadas para adiantar o reforço de quem vai viajar para fora do país. A medida vale para quem recebeu duas doses da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan.

Segundo a pasta, essas pessoas podem procurar os postos de saúde 28 dias após a aplicação da segunda dose. Nesse caso, o viajante deverá receber o reforço com o imunizante da Pfizer, preferencialmente. No entanto, também poderão ser aplicadas vacinas da Janssen e da AstraZeneca.

“Os métodos para comprovação da natureza da viagem ficarão a critério dos entes federados”, informou órgão federal.

Em junho deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) validou a Coronavac para uso emergencial. Mesmo com a medida, diversos países ainda não aceitam a entrada de estrangeiros vacinados com o imunizante.

No início de outubro, os Estados Unidos, que não admitiam a entrada de vacinados com a Coronavac, passou a aceitar viajantes internacionais imunizados com fármacos aprovadas pela OMS.

Doação a outros países

A doação de vacinas a outros países é um assunto comentado frequentemente pelo ministro Marcelo Queiroga. Em agosto deste ano, durante participação no evento Expert XP 2021, o cardiologista disse esperar que o Brasil possa ajudar outros países no acesso às vacinas em breve.

Na última quarta-feira (27/10), o secretário-executivo do órgão, Rodrigo Cruz, disse que a pasta analisa a possibilidade “com cautela”.

“A gente tem estudado essa questão de doação, temos muita cautela nessa decisão. Estamos verificando quais são as doses que serão utilizadas para o ano que vem. Se porventura alguma não for utilizada, a gente pode adotar essa estratégia de doação”, explicou.

Cruz ressaltou que, no lugar da doação, a pasta também estuda outras possibilidades, como a imunização de estrangeiros que estão em território nacional.

“Algumas outras estratégias estão sendo discutidas, como imunizar o estrangeiro não vacinado que está em território nacional, ou que vive em fronteira. Enfim, algumas questões nesse sentido. Com cautela, a gente verifica essas questões antes de tomar decisões”, finalizou.

Compartilhar notícia