Carioca engravida duas semanas após fazer bariátrica

Fany Ramos tinha 117 quilos e apresentava problemas de saúde; a jovem conta o desespero e a aflição de saber sobre a gravidez pós-cirurgia

atualizado 22/10/2021 20:19

Aline Massuca/Metrópoles

Rio de Janeiro – Com problemas de saúde como pré-diabetes e gordura no fígado, a carioca Fany Ramos, de 24 anos, estava decidida, no fim de 2020, a realizar uma cirurgia bariátrica. A jovem de então 117 quilos e 1,75 metro já não mostrava muita disposição para brincar com seus dois filhos, hoje com 7 e 3 anos, e se sentia culpada.

Por conta da compulsão alimentar, seus sentimentos se revertiam em uma vontade incontrolável de comer. “Se eu estivesse feliz, queria comer, e se estivesse triste também. Eu podia já ter jantado, mas quando batia a ansiedade, eu queria hambúrgueres, salgados… E nunca era só um”, lembra a influenciadora. “A conta da família só com lanches batia mil reais por mês”.

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Até que a moça percebeu que não dava mais para viver daquela forma. A certeza de que sua saúde estava fragilizada despertou a necessidade de mudar pelos filhos: “Precisava cuidar deles”, afirma.

A bariátrica e a gravidez

A cirurgia bariátrica foi realizada em 12 de dezembro de 2020. No entanto, com duas semanas de operada, Fany engravidou de Noah, seu terceiro filho. A situação, para ela, foi “dolorosa e desesperadora”.

“Eu só descobri em 21 de fevereiro. Achava que não seria possível, mesmo com a menstruação atrasada. Quando confirmei, não aceitei, foi assustador”, relembra a influenciadora. “Chorei muito. Fiquei perguntando a Deus o porquê daquilo ter acontecido comigo”.

Como se não bastasse a insegurança com o que estava por vir, ela também lidou com medo do que as pessoas iriam pensar, e chegou a esconder a gestação de seus seguidores por cerca de três meses. “Quando contei, muitos me apoiaram, mas vários disseram que eu só queria ganhar mais seguidores”, relembra.

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Apesar do susto inicial, tudo deu certo. Mesmo grávida e com todas as restrições pós-bariátrica, Fany conseguiu melhorar os exames e emagrecer mais de 40 quilos, ainda gestante. Ingeria basicamente sopas e suplementos – fora desse cardápio, acabava vomitando.

Quando o bebê foi crescendo na barriga, o pequeno acabou pressionando o estômago da mãe, o que complicou ainda mais a situação da alimentação. Felizmente, Noah nasceu saudável há pouco mais de quinze dias e Fany também passa bem.

Depois do anúncio da gravidez, ela contou com um salto de 10 mil seguidores em seu perfil nas redes sociais – hoje, traz 28 mil fãs no Instagram. Essa reviravolta permitiu que passasse a gerar renda a partir de patrocínios. “Antes eu era dona de casa. Hoje, ganho apoio de marcas ligadas à maternidade e à suplementação”, conta.

Compulsão alimentar

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os transtornos alimentares afetam cerca de 4,7% dos brasileiros. “O comer transtornado, como chamamos, é comer de maneira disfuncional. A pessoa sente culpa ao comer, tem episódios de descontrole, come por emoção e faz repetidas dietas – muitas vezes inadequadas, com muitas restrições”, explica a nutricionista Julie Soihet, do Programa de Tratamento de Transtornos Alimentares da Universidade de São Paulo (USP).

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Antes da cirurgia, a carioca entendeu que não bastava mudar o seu corpo, precisaria também transformar sua mente. Foi assim que resolveu buscar ajuda psicológica. “Nesse ponto, comecei a entender os meus gatilhos”, assegura.

De acordo com Soihet, é indispensável o acompanhamento com um grupo de profissionais que saibam lidar com o transtorno. “Precisamos de nutricionista, psicólogo e psiquiatra, para que esse paciente tenha um atendimento adequado, não piore seu quadro e trabalhe seu comportamento alimentar”.

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