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“Capo da organização”, diz MP sobre delegado acusado de exigir propina

De acordo com a denúncia dos promotores, delegado, há 19 anos na polícia, usava carros de luxo para encobrir os ganhos irregulares

atualizado

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Reprodução TV Globo
MP do Rio prende delegado acusado de cobrar propina em Petrópolis
1 de 1 MP do Rio prende delegado acusado de cobrar propina em Petrópolis - Foto: Reprodução TV Globo

Rio de Janeiro – Preso acusado de comandar uma quadrilha que exigia propina para comerciantes de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, o delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, titular da Delegacia do Consumidor (Decon), da Polícia Civil do Rio, segundo a denúncia, usava carros de luxo para encobrir os ganhos irregulares. Demétrio é acusado de exigir dinheiro em troca de não fiscalizar a venda de produtos piratas.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, a qual o Metrópoles teve acesso, o delegado era o “capo da organização”, grupo que contava com outros agentes da Polícia Civil, um perito criminal e comparsas residentes da cidade imperial. Na operação, batizada de Carta de Corso, oito mandados de prisão e 19 de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça e cumpridos nesta quarta-feira (30/6).

As investigações apontam que Maurício tem “padrão de vida incompatível com seus recursos de origem lícita conhecida”, residindo em condômino de classe alta na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, onde foi preso nesta manhã, e ostentando três veículos de luxo na garagem do edifício: um Land Rover Evoque (que está em nome da mulher do delegado, Verlane da Costa Pereira Alves), um Toyota Hilux SW4 e um Mercedes-Benz GL 350 (os dois em seu nome). Os veículos estão registrados e vinculados ao imóvel do delegado no condomínio, com passes eletrônicos para entrada e saída da garagem.

A operação Carta de Corso foi liderada pelo pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) é resultado da investigação que começou, segundo o MP, quando a organização criminosa surgiu, entre março de 2018 e março de 2021, na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), na época comandada por Demétrio, delegado que está há 19 anos na Polícia Civil do Rio.

O grupo, em vez de reprimir crimes — em especial a “pirataria” — exigia dos lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana, o pagamento de vantagens ilegais para permitir que continuassem vendendo roupas falsificadas. A Corregedoria de Polícia Civil informou que procedimentos abertos sobre o caso e vai solicitar informações ao Ministério Público sobre a operação de hoje para juntar nas investigações.

Em nota, Associação da Rua Teresa (Arte) lamenta que lojistas do polo possam ter sido alvo de extorsão como apontam as investigações conduzidas pelo MPRJ e Corregedoria da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro. Em nota, a Arte diz que espera “que todos os detalhes sejam esclarecidos e os culpados punidos”.

A entidade reforça ainda que A Rua Teresa representa um importante setor econômico do município, reconhecido por gerar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, e representando, antes da pandemia, cerca de 14% PIB da cidade.

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