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Candidatos de SP prometem de distritos criativos a convênio com Hollywood

O Metrópoles apresenta os planos dos principais candidatos de São Paulo para a Cultura, sem apelo popular, mas com impacto econômico

atualizado

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Masp/São Paulo
1 de 1 Masp/São Paulo - Foto: Hotel Urbano/Reprodução

São Paulo – Epicentro cultural nacional, São Paulo sofreu com as limitações impostas pela pandemia no setor. Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em conjunto com o Governo Estadual de São Paulo, a área é responsável por 3,9% do PIB (Produto Interno Bruto) paulista e gera cerca de 1,5 milhão de empregos, a grande maioria na capital.

O governo estima uma redução de até 31,8% no PIB do setor em 2020, com uma perda de cerca de R$ 69 bilhões.

Além da crise econômica do setor, a cidade de São Paulo ainda tem uma distribuição desigual de acesso a bens culturais no município. Segundo o Mapa da Desigualdade 2020 da Rede Nossa São Paulo, 70 dos 96 distritos de São Paulo não possui um espaço cultural sequer.

Assunto pouco abordado em debates, o Metrópoles reúne aqui as principais propostas dos quatro candidatos que melhor têm pontuado nas pesquisas de intenções de votos para a Prefeitura de São Paulo: Bruno Covas (PSDB), Celso Russomanno (Republicanos), Guilherme Boulos (PSol) e Márcio França (PSB).

Bruno Covas: distritos criativos fomentados por parcerias público-privadas

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Para os próximos quatro anos, o tucano pretende focar em eixos não-tradicionais da economia criativa, como o desenvolvimento de games, o design e a moda. O candidato quer flexibilizar tributos para atrair empresas nessas áreas à cidade, estimulando a conjunção entre cultura e empreendedorismo.

Ele também pretende dividir o município em distritos criativos, com uma “área 24 horas” em cada macrorregião da cidade, visando reduzir a desigualdade de acesso entre centro e periferia.

Para que tudo isso aconteça, os recursos devem vir de privatizações, concessões a parcerias com o setor privado, tal como já ocorre, por exemplo, com as Fábricas de Cultura. A entrega de equipamentos culturais para a gestão privada tem sido criticada por adversários da esquerda, que têm mencionado com frequência o caso do Theatro Municipal.

Desde 2017, o Theatro Municipal passa por sucessivas crises, com editais de gerenciamento do espaço constantemente questionados na Justiça e pelo Tribunal de Contas do Município.

Russomanno: convênios com Hollywood

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Pensando na periferia, o candidato a prefeito quer instalar oficinas de música, cineclubes e teatros em 150 das 4 mil escolas municipais de São Paulo até 2024.

Na área cinematográfica, Russomanno quer dobrar a quantidade de filmagens feitas em São Paulo. Fora do contexto da pandemia, em 2019, a SPCine, empresa de cinema e audiovisual da Prefeitura, contabilizou cerca de mil filmagens na capital. Russomanno pretende atingir 2 mil filmagens anuais com a assinatura de convênios com grandes estúdios de Hollywood.

O candidato também quer criar Centros Referenciais de Cultura sob os temas de cultura nordestina, do imigrante, afrobrasileira, caipira paulistana, indígena e religiosa.

O republicano também pretende utilizar imóveis tombados pelo patrimônio histórico e cultural para a veiculação de mídia publicitária, de modo a captar recursos. No contexto atual, porém, a proposta é inviável porque a medida é proibida pela Lei Cidade Limpa, que visa preservar a paisagem urbana paulistana de painéis publicitários para evitar poluição visual.

Guilherme Boulos: aumento generoso de orçamento
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Em seu programa de governo, Guilherme Boulos pretende aumentar a fatia da Cultura no orçamento para 3% (hoje é de 1,2%), alocando metade dos recursos para as regiões periféricas. O candidato também pretende implantar e regulamentar o Sistema Nacional da Cultura (SNC), o que inclui a criação de um Plano, de um Conselho e de um Fundo.

São Paulo aderiu ao SNC em 2013, mas nunca o colocou em prática. O SNC é um modelo de gestão que integra governos federal, estadual e municipal para democratização do acesso à Cultura.

Na área do cinema, o candidato quer mudar a estrutura da SPCine, para haver maior inclusão da periferia no acesso a editais e na gestão e curadoria dos espaços da empresa municipal de cinema.

O ativista é o preferido da classe artística paulistana, mas vai mal justamente onde quer privilegiar: as periferias. Ele também pena em convencer o eleitorado de que conseguirá garantir recursos para seus projetos de maior demanda orçamentária.

Márcio França: artistas em ônibus e Semana de Arte Moderna
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Segundo seu plano de governo, o ex-governador Márcio França quer integrar atividades culturais a igrejas e escolas. Ele pretende criar uma rede de formação cultural composta pelas escolas municipais, em que cada uma teria um espaço multiuso para atividades teatrais, musicais, circenses e de artes visuais.

O candidato também promete transformar a comemoração do centenário da Semana de Arte de 1922 no “maior evento que esta cidade já viu”, segundo palavras dele.

Sem registro no plano, França tem declarado em campanha de rua que pretende dobrar o investimento em Cultura, aliada com o Esporte.

A área está contemplada no plano de geração de empregos. O ex-governador quer colocar, dentro dos ônibus, cerca de 4 mil artistas para se apresentar aos domingos e feriados.

Sobre bailes funk, ele disse que vai ser “a Prefeitura [que] vai organizar em um lugar que não incomode. No meio da comunidade, se você fizer baile funk, está atrapalhando a vida das pessoas”.

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