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Boris Casoy critica negacionismo de Bolsonaro e soltura de Lula

Em entrevista ao programa Conversa com o Bial, o jornalista ainda comentou que apoiou o Golpe de 64 por “pânico do comunismo”

atualizado

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Boris Casoy
1 de 1 Boris Casoy - Foto: Divulgação

Em entrevista ao Conversa com Bial, nesta segunda-feira (19/7), o jornalista Boris Casoy, de 80 anos, alfinetou Jair Bolsonaro e criticou a soltura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

“O Lula foi liberado para ser candidato à Presidência da República depois de tudo que ele aprontou, de tudo que o PT aprontou. As pessoas estão sendo soltas e de repente você olha que algumas pessoas e empresas podem até ser indenizadas”, disse o apresentador.

Casoy também fez críticas à postura de Bolsonaro na pandemia. O jornalista declarou que não perdoa Bolsonaro por disseminar o negacionismo: “Apareceu essa bobagem (negacionismo), essa besteira muito estimulada pelo presidente da República. Eu não perdoo Bolsonaro, ele pode ter as virtudes que tiver, mas isso anula as virtudes”.

O apresentador também elogiou a Operação Lava Jato, afirmando que foi neste momento em que mais sentiu esperança de que as coisas poderiam mudar no Brasil, mas que houve erros. “A Lava Jato teve erros. As gravações clandestinas, até criminosas, mostraram que a Lava Jato teve erros. Claro que eles são amplificados por aqueles que têm interesse em destruir a Lava Jato. Era um corpo doente (o Brasil), que estava sofrendo uma intervenção cirúrgica e está reagindo”, disse.

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Casoy ainda afirmou que o “pânico do comunismo” o levou a apoiar o golpe de 64 no Brasil. Na época, o jornalista foi acusado de participar do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), uma organização paramilitar que funcionava como braço civil da ditadura militar.

“O que era na minha cabeça de golpe de 64? Era uma limpeza. O golpe se dizia, a gente chamava de revolução, contra a corrupção e a favor da democracia. Essas duas coisas foram sendo devagarzinho abandonadas, havia uma promessa de realização de eleições, apareceram os candidatos e as coisas foram se complicando, a gente ficou sabendo da tortura. Você passa a não concordar com uma série de fatores que foram levados a efeito por esse golpe e ficou mais de 20 anos. Não era isso que a gente imaginava”.

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