De volta a Brasília depois de participar da reunião do G20, no Japão, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) comentou neste domingo (30/06/2019) o caso do militar da Força Aérea Brasíleira (FAB) preso com 39 kg de cocaína ao desembarcar na Espanha, na terça-feira (25/06/2019).
“Isto está sendo investigado. Ele jogou fora a vida dele. Jogou na lama o nome de instituições; prejudicou um pouco o Brasil, mas isto acontece em qualquer lugar do mundo, em qualquer instituição. Meu grande lamento é [que o brasileiro] não tenha sido [detido] na Indonésia [onde o tráfico de drogas é passível de pena de morte]”, afirmou o presidente.
E completou: “Seria mais um exemplo. Já não basta o Archer…mas tudo bem. Segue a vida”, ao citar o caso do brasileiro Marco Archer, morto em Java, em 2015, após ter sido preso com 13 kg de cocaína.
A aeronave na qual estava o segundo-sargento Manoel Silva Rodrigues, acusado pelo crime, partiu da base aérea de Brasília na noite de segunda-feira (24/06/2019) e dava apoio à comitiva presidencial a caminho da Cúpula do G20, no Japão.
A situação é apurada por um Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado pela FAB. Se condenado, o militar será excluído da Aeronáutica. Ele também é investigado por crime comum pelo governo espanhol, que forneceu um advogado de defesa.
Taguatinga
O segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues tinha, até o início do mês, uma dívida de R$ 1.381,25, referentes a três parcelas do condomínio do seu apartamento em Taguatinga, cidade nos arredores de Brasília. O militar só quitou a dívida após ter sido processado pelo próprio condomínio.
O avião da FAB em que estava o militar é usado como reserva da aeronave presidencial e, portanto, esta comitiva não fazia parte do mesmo voo que transportou o presidente. A droga foi encontrada na bagagem ao desembarcar em Sevilha, na Espanha, primeira etapa da viagem.
O imóvel de Rodrigues fica num condomínio com piscina e salão de festa, a cerca de 30 km do Palácio do Planalto. O apartamento está ocupado, mas os funcionários do prédio não disseram se o sargento vive no local e também se recusaram a interfonar a pedido da reportagem.
O preço de uma propriedade no condomínio varia de R$ 150 mil a 210 mil (há opções de 2 e 3 quartos), e alugueis vão de R$ 1 mil a R$ 1,6 mil, segundo condôminos ouvidos pelo Estado. Nenhum deles disse conhecer o militar.