Auditores fiscais rebatem fala de Onyx sobre baixo risco no trabalho

Ministro do Trabalho defendeu aumento a policiais, porque, segundo ele, as forças de segurança submetem-se a "situação de altíssimo risco"

Nat Coutinho
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Cerca de 450 auditores fiscais assinaram, na terça-feira (18/1), um manifesto de repúdio à declaração do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, sobre a mobilização nacional da categoria pela regulamentação do bônus e contra os cortes orçamentários na Receita Federal.

O ministro afirmou, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, que só os policiais federais estão expostos a “situação de altíssimo risco e exposição da própria vida” e que “isso não acontece com o trabalho dos auditores fiscais”.

Os profissionais classificaram a afirmação de Lorenzoni como “inverossímil e irresponsável, sobretudo por partir de figura pública de grande envergadura na máquina estatal”.

O Sindifisco Nacional relembrou que, além do caso Sevilha, em que um auditor foi assassinado em Maringá (PR), em 2005, foram registrados outros 12 atentados contra profissionais da categoria. As ocorrências contabilizadas resultaram na morte de 10 auditores fiscais e em sequelas permanentes para os sobreviventes.

O documento ainda ressalta que a atuação da Polícia Federal acontece “sem prejuízo da ação fazendária”, no tocante à prevenção e repressão ao tráfico de drogas e ao contrabando e descaminho. Sendo assim, o trabalho desenvolvido pela corporação complementa os objetivos com a Receita Federal.

A entidade sindical destaca que a autuação dos auditores coloca o volume de apreensão de drogas pela Receita Federal “em nível de igualdade com as polícias, chegando por vezes a ter um volume de apreensão maior do que estas”. Ademais, o manifesto pontua que a categoria tem direito de portar arma de fogo em razão de suas atribuições.

O texto divulgado também afirma que os riscos da função são agravados pelo fato de ser frequente a atuação de auditores em regiões fronteiriças e de difícil acesso. Esses profissionais desempenham suas funções “muitas vezes sem o apoio de forças de segurança pública e sendo os únicos representantes estatais nestes locais”.

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