Associação Médica Brasileira defende continuação do uso de máscaras

Nesta semana, Distrito Federal e cidades como São Paulo e Rio de Janeiro desobrigaram o uso de máscaras de proteção facial

Rebeca Borges
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Após a desobrigação do uso de máscaras de proteção facial em diversas cidades do país, a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou, nesta quinta-feira (10/3), um comunicado recomendando que o acessório continue sendo utilizado pela população — sobretudo em ambientes fechados.

Nesta quinta, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou a desobrigação do uso das máscaras em ambientes fechados. Na última semana, o emedebista havia publicado decreto que permitia a circulação de pessoas ao ar livre sem o acessório.

Outras capitais derrubaram a medida nesta semana. É o caso de São Paulo, onde a liberação vale apenas para ambientes abertos, e do Rio de Janeiro, que desobrigou o uso das máscaras em todos os espaços.

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A Prefeitura do Rio de Janeiro foi a primeira a anunciar o fim do uso obrigatório das máscaras contra a Covid. Contudo, para alguns grupos de risco, o uso da máscara ainda é altamente indicado
Imunossuprimidos: o grupo considera, por exemplo, pessoas com câncer, HIV, transplantados e outros com o sistema imune fragilizado, o que deixa o paciente mais suscetível a infecções
Além de continuarem usando máscaras, é essencial que os imunossuprimidos mantenham o calendário vacinal atualizado, sempre que possível
Pessoas com comorbidades: este grupo ainda será obrigado a utilizar o equipamento de proteção, uma vez que é considerado um dos mais vulneráveis, segundo a Prefeitura do RJ
As comorbidades são condições que podem aumentar a chance do desenvolvimento da versão mais grave da doença. O recomendado é que cada caso seja avaliado particularmente por um médico
Idosos: somado ao envelhecimento do sistema imunológico, grande parte do grupo recebeu a vacina Coronavac, que possui uma eficácia menor se comparada com outras. Tendo em vista a resposta imunológica dessas pessoas, a recomendação é que mantenham o uso da máscara e evitem aglomerações
Não vacinados: inclui quem não recebeu nenhuma dose, apenas 1 aplicação ou está sem a dose de reforço, pois estão mais vulneráveis ao vírus
Crianças: assim como os outros grupos, os pequenos também são vulneráveis por não estarem com a cobertura vacinal completa. Porém, não foram incluídos no grupo que deve manter o uso obrigatório da máscara
Segundo as diretrizes da ONU, adolescentes com 12 anos ou mais devem seguir as mesmas recomendações da OMS para uso de máscara em adultos
Em relação às crianças menores de cinco anos, elas não precisam usar o item. Para os especialistas, nessa faixa etária, elas podem não conseguir usar uma máscara adequadamente sem ajuda ou supervisão
Em áreas onde a Covid-19 está se espalhando, recomenda-se que crianças de 6 a 11 anos usem uma máscara bem ajustada em ambientes pouco ventilados e sem distanciamento social
Profissionais de saúde e outros: grupos que estão expostos a uma grande circulação de pessoas durante o dia de trabalho, como caixas de supermercado, cobradores de ônibus e profissionais que trabalham em hospitais, devem continuar usando a proteção, mesmo que não seja obrigatório

Em nota assinada por membros do Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid da AMB, a organização reconheceu que o país vive um momento de queda na média móvel de casos e óbitos causados pelo coronavírus. No entanto, mesmo com a melhora do cenário, os técnicos compreenderam que é preciso ter cautela ao acabar com as medidas.

“Uma flexibilização indiscriminada pode ampliar os riscos à população, ainda mais à parcela não vacinada ou com esquema incompleto e principalmente os imunocomprometidos”, comunicou a AMB.

Medidas não farmacológicas

A associação ressaltou que, além do uso de máscaras, é importante evitar aglomerações e seguir medidas como higienização das mãos.

“Com eventuais exceções, a prevenção, de forma geral, incluindo o uso de máscaras, deve ser mantida, com atenção particular aos locais fechados. É importante que a tomada de decisões nesse sentido seja feita com segurança e que cada Estado ou Município avalie os seus indicadores epidemiológicos e a sua cobertura vacinal”, ressaltou o grupo.

Os cientistas também relembraram os baixos índices na cobertura vacinal infantil contra a Covid, e reafirmaram a importância de imunizar a população de faixas etárias.

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