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AGU recorre de nova liminar que suspendeu aumento de combustíveis

Na quinta-feira (3/8), decisão da Justiça Federal no Rio de Janeiro determinou o bloqueio do reajuste em todo o país

atualizado

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1 de 1 agu advocacia-geral da união - Foto: Reprodução/Twitter

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta sexta-feira (4/8) que entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) para tentar derrubar uma liminar da Justiça Federal no Rio de Janeiro, que suspendeu, em todo o país, pela segunda vez, o aumento de impostos sobre os combustíveis.

Na quinta-feira (3), foi divulgada uma decisão do juiz federal Ubiratan Cruz Rodrigues, da 1ª Vara Federal de Macaé (RJ), determinando a suspensão imediata do aumento do preço dos combustíveis em todo o território nacional.

O magistrado atendeu a uma ação popular contra os efeitos do decreto assinado pelo presidente Michel Temer, no último dia 20, que aumentou as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre a gasolina, o óleo diesel e o etanol.

A ação foi aberta pelo advogado Décio Machado Borba Netto, que usou os mesmos argumentos que levaram a Justiça Federal do Distrito Federal a suspender o aumento pela primeira vez, no final de julho. Ele sustentou que a alta de impostos não poderia se dar por decreto, mas somente por projeto de lei aprovado no Congresso, e que mesmo após a sanção tal aumento somente poderia vigorar após 90 dias, conforme determina a Constituição.

A liminar da Justiça Federal no Rio é a terceira decisão determinando a suspensão do aumento dos tributos sobre combustíveis. Além da Justiça Federal em Brasília, a Justiça da Paraíba havia suspendido o aumento, embora somente no estado. Esta decisão também foi suspensa após recurso da AGU.

A AGU usa argumentos econômicos para justificar a medida do governo, defendendo a legalidade do aumento de impostos por ser “imprescindível” para o equilíbrio das contas públicas. O órgão estimou em R$ 74 milhões o prejuízo diário aos cofres da União com a interrupção da cobrança.

A expectativa do governo é arrecadar mais R$ 10,4 bilhões com o aumento do PIS/Cofins sobre os combustíveis, de modo a conseguir cumprir a meta fiscal de déficit primário de R$ 139 bilhões para este ano.

Alíquotas
O reajuste nas alíquotas do PIS/Cofins sobre a gasolina, o diesel e o etanol foi determinado por meio de decreto presidencial em 20 de julho. A alíquota subiu de R$ 0,38 para R$ 0,79 para o litro da gasolina e de R$ 0,24 para R$ 0,46 para o diesel nas refinarias.

Para o litro do etanol, a alíquota passou de R$ 0,12 para R$ 0,13 para o produtor. Para o distribuidor, a alíquota, antes zerada, aumentou para R$ 0,19.

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