Advogado de Temer afirma que delator não entregou provas
Para o criminalista, a prisão do ex-presidente é um grave atentado ao Estado Democrático de Direito no Brasil
atualizado
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O criminalista Eduardo Pizarro Carnelós, advogado de Michel Temer, disse nesta quinta-feira (21/3) que a prisão do ex-presidente “constitui mais um e dos mais graves atentados ao Estado Democrático e de Direito no Brasil”. Carnelós destaca que “os fatos da investigação foram relatados por delator e remontam ao longínquo primeiro semestre de 2014”.
O advogado esvazia o peso dado ao relato do delator na sentença que mandou Temer para a prisão. “Dos termos da própria decisão que determinou a prisão, extrai-se a inexistência de nenhum elemento de prova comprobatório da palavra do delator”, observou.
Carnelós é taxativo: “Certo que o próprio delator nada apresentou que pudesse autorizar a ingerência de Temer naqueles fatos”.
O advogado ressalta que os fatos são objeto de requerimento da Procuradora-Geral da República “e o deferimento dele pelo ministro Roberto Barroso, para determinar instauração de inquérito para apuração, objeto de agravo interposto pela defesa, o qual ainda não foi julgado pelo Supremo”.
“Resta evidente a total falta de fundamento para a prisão decretada, a qual serve apenas à exibição do ex-presidente como troféu aos que, a pretexto de combater a corrupção, escarnecem das regras básicas inscritas na Constituição da República e na legislação ordinária”.
“O Poder Judiciário, contudo, por suas instâncias recursais, haverá de, novamente, rechaçar tamanho acinte”.