O advogado responsável pela defesa de um dos bolsonaristas presos pela suspeita de planejar um atentado a bomba no aeroporto de Brasília fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais, no último domingo (22/1), em que tenta justificar a atitude criminosa do cliente.
Na gravação, Jorge Chediak, advogado do bolsonarista preso George Washington, confirmou que o cliente e outras pessoas compraram uma dinamite. No entanto, o advogado alega que George não queria explodir o aeroporto, mas um “poste de energia” para acabar com a luz na cidade.
Veja o vídeo:
“(Ele) foi na conversa de um tal de Alan e algumas outras pessoas lá. Acabaram comprando uma banana de dinamite. Ele tinha falado assim: ‘É para derrubar algum poste de energia para tentar derrubar a luz da cidade’. Por quê? Porque eles estavam desesperados, com medo de ter que comer cachorro daqui uns dias”, afirmou Chediak no vídeo que era assistido por centenas de pessoas.

Polícia atuou para desarmar explosivo achado próximo do aeroportoVinícius Schmidt/Metrópoles

George Washignton de Oliveira SousaImagem cedida ao Metrópoles

Alan dos Santos se entrega para a políciaReprodução

Explosivos encontrados no Gama somam 40kgPMDF/Divulgação

Equipe do Esquadrão de Bombas Vinícius Schmidt/Metrópoles

Artefato explosivo foi encontrado no aeroporto de BrasíliaVinícius Schmidt/Metrópoles
O Alan citado por Chediak no vídeo é Alan Diego dos Santos Rodrigues, suspeito de colocar a bomba em um caminhão estacionado no aeroporto de Brasília em 24 de dezembro. Alan se entregou à polícia em 7 de janeiro. Assim como George Washington, ele confessou o crime e disse que o objetivo da ação era provocar uma intervenção militar e impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Provocar alguma coisa
Ainda na gravação do último domingo, o advogado Jorge Chediak alega que George queria “derrubar um poste e desabastecer a energia da cidade” para “provocar alguma coisa”. “Porque era gestão do Bolsonaro ainda, na época”, afirmou o defensor.
“E o que que aconteceu? Quando falaram que ia soltar no aeroporto, ele (George) foi contra, falou: ‘Não é para fazer isso aí’. Aí, o pessoal: ‘vamos soltar no aeroporto!’. Aí, ele (George) falou assim: ‘Não, não vou participar disso não’. O que ele fez? Pegou as coisas dele e estava indo embora, aí, a polícia prendeu ele”, alegou Chediak.
Três pessoas foram denunciadas e se tornaram réus por planejar o atentado a bomba em Brasília: George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza. Wellington, que é jornalista, continua foragido.
Segundo as investigações, o atentado com bomba foi planejado no acampamento golpista em frente ao QG do Exército, em Brasília. George teria construído a bomba, Alan e Wellington deixaram o explosivo em um caminhão no aeroporto. O grupo também pretendia explodir uma torre de transmissão da subestação de Taguatinga.