Acusado de matar a ex-namorada Talisa de Oliveira Ormond, de 22 anos, Adilson Pinto da Fonseca voltou atrás em sua versão contada à polícia e disse que se confundiu e que não teria matado a ex-esposa, Benildes Batista de Almeida, de 39 anos. Os casos aconteceram em 2013, e uma das ossadas descobertas nesta segunda-feira (13), pela Polícia Judiciária Civi (PJC).
Ao LIVRE, o delegado responsável pelo caso, Fausto José Freitas da Silva, disse que o suspeito teria confundido os dois casos e teria confessado o crime da ex-esposa achando que se tratava do crime da ex-namorada, Talisa, a única ossada encontrada durante as buscas.
“Ele disse que se confundiu. Que quando ele falou que era o responsável, ele estava se referindo à primeira vítima, a Talisa, da qual encontramos a ossada. Mas ele havia confessado o segundo crime também, no entanto, ele voltou atrás e disse que não foi o responsável pelo segundo crime”, contou Fausto.
Ainda de acordo com o delegado, as buscas na casa de Adilson, localizada no Bairro Nova Conquista, em Cuiabá, já foram encerradas. No entanto, a investigação dos casos continua sendo realizada e o assassino também deve prestar novos depoimentos à Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
“Nós tínhamos a suspeita de que apenas uma vítima estaria enterrada na casa. Nós já sabíamos que o corpo da outra vítima possivelmente não era lá que estaria ocultado, mas seguimos investigando o caso para que encontremos o corpo da segunda vítima”, afirmou.
Fausto também descartou a possibilidade de existirem outras vítimas de Adilson, já que ele mesmo lembrou que não existem outros casos de desaparecimento de mulheres que teriam relação com estes outros casos.
Entenda o caso
Adilson Pinto da Fonseca, de 48 anos, foi preso pela PJC nesta segunda-feira (13), após o corpo de sua ex-namorada, Talisa de Oliveira Ormond, de 22 anos, ter sido encontrado enterrado no quintal da casa onde ele morava.
A jovem sumiu por volta do dia 4 de julho de 2013, mas foi somente no dia 8 que seu desaparecimento foi comunicado à polícia. A mãe da jovem disse que a última vez que viu a filha foi quando ela saiu para trabalhar em uma empresa de telefonia. No dia seguinte, Talissa ainda teria ligado na empresa em que trabalhava pedindo socorro e esse foi o último contato da moça.
A chefe da jovem confirmou que Talissa realmente havia trabalhado por todo o dia, porém, quando saiu do local, um rapaz moreno, em uma motocicleta, estava à espera dela – ela foi a única testemunha que viu Talissa saindo com o rapaz.
Adilson também é suspeito de matar e enterrar o corpo da ex-esposa, Benildes Batista de Almeida, de 39 anos, que ainda não foi localizado.
Benildes desapareceu no dia 17 de dezembro de 2013. Ela morava em Asturia, cidade da Espanha e tinha voltado ao Brasil em 2013, onde passou cinco meses com a família. No dia que iria embora, porém, ela desapareceu. A filha de Benildes entrou em contato com a Polícia Federal e não havia qualquer registro de que ela havia saído do Brasil. Ninguém teve nenhuma notícia dele desde seu desaparecimento.
Desde então, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas, da DHPP, vinha investigando o caso. A ossada de Talisa foi encontrada a mais de um metro de profundidade, perto da calçada, na lateral da casa de Adilson.
Para localizar o corpo, a DHPP montou uma força-tarefa que contou com maquinários, servidores da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), um cão farejador do Corpo de Bombeiros, uma equipe da Águas Cuiabá e um professor de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).