Servidores da Embrapa estão pressionando o governo a trocar o presidente da empresa. O atual dirigente, Celso Luiz Moretti, foi nomeado no governo Bolsonaro, pela então ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no final de 2019.
Por sua vinculação com o bolsonarismo, ainda que seja um servidor de carreira da Embrapa, Moretti é alvo de críticas dos funcionários, que, no Dia da Mulher, estenderam uma faixa na solenidade no Palácio do Planalto, na frente de Lula.
A mensagem da faixa era um recado ao governo: “Presidente Lula, a democracia ainda não chegou na Embrapa”, numa referência ao comando da empresa, mesmo sem citar Moretti.
A Embrapa completa 50 anos em abril e os funcionários gostariam que as mudanças ocorressem logo. A gestão de Moretti, um mandato, termina em julho, mas a pressão é que o governo o substitua antes das festividades do cinquentenário.
As críticas do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) sã extensivas à toda diretoria e também ao seu Conselho de Administração, que são quem escolhe o presidente.
Em nota, as dirigentes sindicais da Embrapa defendem o “Fora Moretti”.
“A campanha é sinônimo de Fora Diretoria-Executiva e Consad, instâncias representadas atualmente por pessoas que não são a favor da vida, da Embrapa viva e inclusiva. Não podemos completar 50 anos com uma diretoria alinhada a outro projeto de país”, diz, na nota, Mirane Costa, presidente da Seção Sindical Sede.
Outro pesquisador da Embrapa, Silvio Crestana, é o cotado para assumir a empresa, que ele já presidiu entre 2005 a 2009, nas gestão petista.
Procurado pelo blog, Moretti preferiu não comentar, informou a assessoria de imprensa do órgão. Ele está há 28 anos na empresa e começou como pesquisador.