No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede em Brasília da equipe de transição do governo Lula, a ordem é uma só: tragam seus laptops de casa porque os que temos aqui não merecem confiança; cuidado com as paredes porque elas falam.
Nenhum dispositivo eletrônico oferecido ali pelo Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República, comandado pelo general Augusto Heleno, merece a mínima confiança. Suspeita-se que as linhas telefônicas possam estar grampeadas.
Há cerca de 300 funcionários no CCBB e a equipe de transição está pesquisando a ficha de cada um. Não se descarta a hipótese de que alguns possam ser agentes de inteligência infiltrados. Evita-se no prédio conversar livremente sobre assuntos delicados.
Salas reservadas ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao presidente Lula só são usadas por eles depois de submetidas a uma prévia varredura da Polícia Federal. O CCBB é mais um palco para entrevistas e pronunciamentos do que local de trabalho.