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Saúde – Tem uma pedra no meio do meu caminho – e como dói!

Valei-me, Santo Albino!

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corpo humano
1 de 1 corpo humano - Foto: Getty Images

“Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas”, como disse Carlos Drummond. Ao curvar-me para sentar, senti uma fisgada na altura da região lombar como se tivesse levado uma navalhada interna. É do que lembro.

Sentei-me, e aos poucos a dor passou, para algumas horas depois voltar. Acompanha-me há mais de 10 dias. Numa escala de 0 a 5, direi que está na casa de 3. Às vezes aumenta ou diminui, mas não desaparece. É como ouvir a mesma música 24 horas por dia.

Pedras nos rins é assim. “São massas sólidas, que se assemelham a pedras, compostas pelo acúmulo de cristais presentes na urina e que dificultam o funcionamento adequado do sistema urinário.” Ao se deslocarem, a pessoa pode sentir picos intensos de dor.

O objetivo das pedras é alcançar a bexiga e serem expelidas. Seus principais sintomas:

+ Vontade de urinar (tenho);

+ Dor na região lombar que irradia para o abdômen (tenho);

+ Ardência ao urinar (não tenho);

+ Sangue na urina (não tenho);

+ Náuseas e vômitos (não tenho);

+ Suspensão ou diminuição do fluxo urinário (o meu aumentou);

+ Febre (não tenho).

A tomografia computadorizada com contraste que fiz mostrou que se trata de uma pedra, uma insignificante pedra de 5 milímetros, e que está prestes a sair, mas não tem hora para sair. Uma amiga teve uma pedra de 10 milímetros e foi operada para livrar-se dela.

Não é meu caso. Não há remédios para expeli-la – só para dor. Resta esperar – e beber muita água, água o tempo todo, no mínimo três litros por dia; o que me faz ir ao banheiro, em média, a cada 20 ou 25 minutos. É quando mais me animo e me apavoro.

Nessas ocasiões, torço para que ela caia no vaso sanitário para pôr fim ao suplício, e morro de medo da dor que deverei sentir quando isso acontecer. Contraditório? A vida o é. Imaginamos estar no controle; desconsideramos o acaso e os fatores aleatórios.

E agora, José?

Também sou José, e Delgado por parte de mãe. Noblat, segundo meu avô paterno, vem de dois missionários franceses que desembarcaram aqui no século XIX, um se fixando na Bahia, o outro no Pará. O da Bahia procriou, era previsível.

Visitei a minimalista Saint-Léonard-de-Noblat, na França, para descobrir se haveria por lá vestígios deles – não achei. É onde penso refugiar-me um dia. Santo Albino protege os que têm pedras nos rins; Saint-Léonard, as mulheres grávidas e os prisioneiros.

É um privilégio supor que posso descender de um santo, primo do Rei Clóvis. Conheci dois santos quando morei na Bahia – Irmã Dulce e Madre Teresa de Calcutá, que entrevistei para Veja. Que Deus me perdoe, mas Madre Teresa era muito chata.

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