O silêncio suspeito dos que se elegeram denunciando corrupção
Líder do governo no Senado é denunciado por corrupção à época em que foi ministro e seus pares não dão um pio
atualizado
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Caiu uma pesada cortina de silêncio sobre deputados e senadores que pegaram carona em denúncias de corrupção para se elegerem ou se reeleger há dois anos.
Conta-se nos dedos de uma mão o número dos que falaram espontaneamente sobre a situação de Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado.
Coelho e seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), foram indiciados pela Polícia Federal por suspeita dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Em seu relatório final de 300 páginas, a delegada encarregada do caso diz ter encontrado indícios de que eles receberam R$ 10,4 milhões de empreiteiras entre os anos de 2012 e 2014.
Dinheiro indevido, pago aos dois “em contrapartida à execução de obras atreladas ao Ministério da Integração Nacional” no governo de Dilma (PT). À época, Coelho pai era o ministro.
O espírito de corpo sempre foi muito forte no Congresso. Mexeu com um parlamentar, mexeu com quase todos. Maior, porém, é o medo de virar alvo de investigações por corrupção.
Cada um sabe onde lhe apertam os calos.