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O contraste entre as viagens de Bolsonaro e de Lula

Um foi passear, o outro foi fazer política

atualizado

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lula no parlamento europeu
1 de 1 lula no parlamento europeu - Foto: Reprodução

Se, no momento, Lula e Bolsonaro são os principais candidatos a presidente da República ano que vem, e se eles estão em viagem a outros países, um na Europa, outro no Golfo Pérsico, o natural seria que a imprensa brasileira acompanhe os passos dos dois.

Verdade que Bolsonaro está em campanha desde que subiu pela primeira vez a rampa do Palácio do Planalto. A condição de presidente lhe garante uma grande exposição. Quanto a Lula, é a primeira viagem internacional que faz depois de tornar-se elegível.

Foi preciso, contudo, que o presidente francês, Emmanuel Macron, o recebesse  com honras só devidas a um chefe de Estado para que a imprensa acordasse e conferisse ao fato o destaque merecido. Hoje, Lula se encontrará com o presidente espanhol.

Lula poderia ter sido ignorado pelos líderes europeus, mas não foi. Reuniu-se também com o próximo chanceler da Alemanha. Em visita oficial, os líderes das ditaduras do Golfo Pérsico jamais poderiam ter ignorado Bolsonaro. Não por ele, mas pelo Brasil.

Dizia-se antigamente que o brasileiro sofria do complexo de vira-lata. O complexo perdeu força entre 1994 e 2018, quando o país foi governado por Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer. Com Bolsonaro, o brasileiro é o próprio vira-lata.

Enquanto Lula e Macron repassavam alguns dos problemas que afligem o mundo, Bolsonaro, ao desembarcar em Doha, capital do Catar, foi participar de uma “motociata”. De saída, avisou a árabes perplexos que seu secretário de Cultura é hétero.

Antes, em Dubai, capital dos Emirados Árabes Unidos, ele havia dito a empresários que não há incêndios na Amazônia porque a floresta é úmida. Foi lá que ele produziu barulho com o anúncio de que suspendera sua filiação ao PL de Valdemar Costa Neto.

Depois, em Manama, capital do Reino do Bahrein, Bolsonaro inaugurou a nova sede da embaixada do Brasil, jantou com empresários e pegou o avião de volta acompanhado por sete ministros, dois de seus três filhos (Flávio e Eduardo) e amigos.

A irrelevância do seu périplo contrasta com a distinção do périplo ainda inacabado do seu adversário. Bolsonaro foi passear como gosta de fazer. Coleciona lembranças dos países que visita e também gafes inesquecíveis. Lula foi fazer política, e deu-se bem.

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