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Lula voltou (será mesmo?). Reforma ministerial à vista

Bem está o que bem acaba 

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Arthur Lira e Lula se abraçam em cumprimento. Em sua primeira agenda em Brasília após as eleições, Lula se encontra com Arthur Lira na residência oficial da Câmara dos Deputados
1 de 1 Arthur Lira e Lula se abraçam em cumprimento. Em sua primeira agenda em Brasília após as eleições, Lula se encontra com Arthur Lira na residência oficial da Câmara dos Deputados - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O 31 de maio de 2023 só não foi pior para Lula do que o 8 de janeiro. O barco do governo adernou, fez água, até que seu comandante, alertado, abandonou a cabine onde brincava com um globo terrestre, pôs a mão na roda do leme e evitou o naufrágio.

Foi por pouco. A Câmara do deputado Arthur Lira estava pronta para deixar caducar a Medida Provisória que deu ao governo a configuração que ele tem hoje. Bolsonaro contava com 23 ministros. Luta conta com 37. De uma só vez, desapareceriam 14.

Se dependesse de Lira, o barco teria emborcado. Lula negociou diretamente com os líderes do PP (André Fufuca-MA), Republicanos (Hugo Motta-PB) e União-Brasil (Elmar Nascimento-BA). A Medida foi aprovada por 337 votos a 125.

O PP e o Republicanos não fazem parte da base do governo. O União-Brasil que faz e que detém três ministérios, negou ao governo 19 votos. Lira esperou ser recebido por Lula para negociar. Lula preferiu reunir-se com Nascimento no Palácio do Planalto.

Foi a Nascimento que Lula acenou com uma reforma do ministério em agosto para dar espaço a partidos que ainda não o apoiam. Falou em ministérios com porteira fechada, o que significa: os ministros poderão indicar os ocupantes de todos os cargos.

Pouco antes do início da votação, Lira convocou ao seu gabinete os líderes dos partidos. Foi nessa ocasião que José Guimarães (PT-CE), líder do governo, fez um apelo dramático. Jurou renunciar ao cargo se o governo não cumprir o que prometeu.

Ao fim da sessão, Lula telefonou para Guimarães celebrando a vitória. Guimarães disse depois para quem quisesse ouvir:

“O governo tem consciência do tamanho dos problemas, das deficiências, da lentidão nas entregas, da lentidão dos compromissos políticos na liberação das emendas parlamentares, dos compromissos de nomeação de cargos do segundo escalão. É um conjunto de coisas, mas todo mundo teve espírito público”.

Líder do PT na Câmara, o deputado Zeca Dirceu (PR) apontou uma série de falhas do governo por falta de coordenação política:

“A agenda de um ministro que vai para um estado [e não avisa aos deputados do lugar]; a nomeação de alguém do terceiro escalão; passando pela liberação de uma emenda, chegando até um projeto de lei que aparece sem ninguém saber, ou o anúncio de ministro com uma solução de governo que nem Lula sabe”.

O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, é o coordenador das ações políticas do governo. Rui Costa, ministro da Casa Civil, é quem atrapalha Padilha. Depende de Costa a entrega do que Padilha acerta com os partidos.

Espera-se que o apagão de inteligência de Lula seja página virada. Uma de suas especialidades sempre foi desinflar crises antes que elas estourassem. As crises entravam no seu gabinete com um certo tamanho e saíam dali menores ou desmanchadas.

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