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Imprensa sob ataque do bolsonarismo radical (pleonasmo de novo)

Um jornalista foi atacado no Twitter a cada 3 segundos na campanha eleitoral de 2022

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Fotojornalista Dida Sampaio é agredido por manifestantes
1 de 1 Fotojornalista Dida Sampaio é agredido por manifestantes - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Quer conhecer a extensão da violência online contra jornalistas durante a disputa eleitoral entre Bolsonaro e Lula no ano passado? Ela foi medida pela representação brasileira da organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

O documento “O jornalismo frente às redes de ódio no Brasil” diz que entre 15 de agosto e 14 de novembro de 2022 foram registradas mais de 3,3 milhões de postagens ofensivas e intimidatórias contra jornalistas e meios de comunicação apenas no Twitter.

A violência online atingiu mais severamente as jornalistas que criticavam abertamente o então presidente Jair Bolsonaro:  53% dos posts ofensivos foram direcionados a elas, e 7 entre os 10 profissionais mais atacados são mulheres.

O trabalho foi feito pela RSF em parceria com o Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), um dos principais centros de pesquisa de referência em análise de redes sociais do país.

Foram monitorados 121 jornalistas e comentaristas, além de perfis de autoridades públicas e candidatos às eleições, resultando na análise de mais de 24 milhões de posts feitos no Twitter. Ataques à imprensa foram a marca registrada do governo Bolsonaro.

Segundo o documento:

“Durante os primeiros seis meses de 2021, o número de ataques do chefe de Estado brasileiro contra a imprensa aumentou 74% em relação ao segundo semestre de 2020. Sua hostilidade contra a imprensa era praticada principalmente em posts no Twitter”.

As contas que mais promoveram violência online contra jornalistas durante a campanha eleitoral tinham em comum o apoio a Bolsonaro e críticas a Lula. Os jornalistas mais atacados foram:

Vera Magalhães (127.990), Ricardo Noblat (107.971), Gabriela Prioli (71.792), Eliane Cantanhêde (60.348), Mônica Bergamo (38.875), Andréia Sadi (31.931), Reinaldo Azevedo (30.518), Miriam Leitão (26.001), Guilherme Amado (22.839), Juliana Dal Piva (20.567) e Cynara Menezes (19.853).

O relatório aponta ainda o papel de influenciadores que jornalistas apoiadores de Bolsonaro desempenharam em ações hostis contra outros profissionais da imprensa. Ao se pronunciarem contra “colegas”, estimulavam outras pessoas a fazerem o mesmo.

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