Guedes corrige Guedes que propôs tabelamento de preços
Ministro é campeão em dizer uma coisa e depois negar. Só perde para seu chefe
atualizado
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Paulo Guedes, ministro da Economia, ex-Posto Ipiranga, apóstolo do liberalismo que elegeu Bolsonaro presidente, avalista do seu chefe junto aos donos de grandes fortunas, define como “patético” falar em tabelamento de preços. E nega que tenha proposto isso ou algo parecido em encontro recente com donos de supermercados.
Ora, mas ele propôs, sim, embora não tenha usado o termo “tabelamento”, nem congelamento, o que remeteria aos fiscais de Sarney que em 1985 fecharam supermercados para impedir o reajuste de preços. Por sua vez, ao faltar carne, o governo da época usou helicópteros para caçar gado no pasto. Inesquecível.
Guedes disse na última quinta-feira dia 9 em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras):
“Nova tabela de preços só em 2023. Trava os preços. Vamos parar de aumentar preços por dois ou três meses. Estamos em uma hora decisiva para o Brasil.”
Guedes, ontem, disse:
“É patético falar em tabelamento. Quem congelou preços tem esse fantasma na cabeça. Reduzimos a cunha fiscal e mesmo que os preços subam há espaço para não dar aumento. Mesmo que os custos subam, como caíram os impostos, você pode ficar um tempo sem remarcar preços. Se não quiser, que se dane, aumenta o preço e o consumidor sai de perto”.
O ministro erra com poucas palavras para depois se corrigir com muitas. É campeão em dizer uma coisa e depois negar o que disse. Só perde para seu patrão.