Governadores querem ouvir do presidente o que ele não lhes dirá
Entendimento não faz parte da agenda de Bolsonaro, um alimentador de tensões
atualizado
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Saiu de cena o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, pai da ideia de reunir os chefes dos três poderes da República para aparar as divergências entre eles. Fux abandonou a ideia depois que Bolsonaro continuou a atacar seus pares e pediu o impeachment de um deles, Alexandre de Moraes.
Os governadores de 24 Estados, e do Distrito Federal, reunidos virtualmente, entraram em cena e pediram um encontro com o presidente para convencê-lo a cessar com a beligerância em relação às instituições. Seria uma retomada da pauta sugerida por Fux. Não há sinais de que Bolsonaro esteja disposto a encará-la.
Pelo menos não até o próximo 7 de setembro onde, entre outras coisas, travestido de macho alfa, engrossará a voz para falar aos seus convertidos. Certamente lembrará que, na véspera, há três anos, foi esfaqueado em Juiz de Fora e salvo por Deus para que pudesse salvar o Brasil dos que querem destruí-lo.
Se vier a ser marcado, dará em nada o encontro dos governadores com Bolsonaro. Nenhum deles, salvo os que por oportunismo se assumem como bolsonaristas porque querem se reeleger, acredita que o presidente dará marcha ré. Isso só seria possível caso o 7 de setembro fosse um fracasso, e não parece que será.
Nem por isso a iniciativa dos governadores foi uma má jogada. Eles querem constranger Bolsonaro e aumentar seu desgaste por negar-se ao diálogo.