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De longe, Lula acompanha Nogueira e sonha com a volta ao passado

Ex-presidente torce para que Bolsonaro erre mais uma vez

atualizado

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Aline Massuca/Metropoles
Lula
1 de 1 Lula - Foto: Aline Massuca/Metropoles

O que aconteceria se de última hora, em reunião marcada para esta tarde no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro convidasse o senador Ciro Nogueira (PP-PI) para assumir a Secretaria do Governo e não mais a chefia da Casa Civil, o segundo cargo mais importante do governo?

Se Nogueira concordasse, o que seus amigos e colegas de partido asseguravam que não até ontem tarde da noite, os bolsonaristas de raiz engoliriam melhor o sapo da rendição do seu guia ao Centrão, considerado por ele no passado “a nata” do que havia de pior no Brasil. Mas se Nogueira dissesse não?

Como reagiria o Centrão dentro do Congresso? E como ele, Nogueira, presidente do PP, se comportaria daqui para frente em relação ao governo? Não daria para que dissesse, apenas, que se sentiu “atropelado por um trem”. A frase já tem dono – o general Luiz Eduardo Ramos, ainda chefe da Casa Civil.

Nogueira tem muitos votos para dar ou negar a Bolsonaro, Ramos não tem nenhum. Ele poderia retomar suas férias no México interrompidas pelo convite que recebeu, e por lá amadurecer o que iria fazer tão logo curado da ressaca. O mais provável seria que não fizesse coisa boa para Bolsonaro.

À distância, Lula tudo acompanha com muito interesse. Ele e Nogueira são amigos e foram aliados. O senador já disse que Lula foi o maior presidente do Brasil, e de Bolsonaro que era um fascista. O Nordeste de Nogueira é o maior reduto eleitoral de Lula. Bolsonaro está jogando um jogo perigoso para ele.

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