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Brasília, cidade de mascarados que gargalham e ficam numa boa

Coisas da República aqui proclamada diante de um povo que a tudo assistiu bestificado

atualizado 21/10/2021 9:28

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Se perguntado, o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, sempre poderá responder: ora, eu estive lá somente para prestigiar a magistratura brasileira.

Fux esteve no Palácio do Planalto para a cerimônia de sanção do projeto de lei que criou o Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Minas Gerais, mais um cabide de empregos.

Ouviu de Jair Bolsonaro, que presidiu a cerimônia:

“É muito bom estar entre amigos. E hoje uma parcela considerável desses amigos é do Poder Judiciário. Vocês, sim, para nós, representam em grande parte a nossa democracia, a nossa cidadania e a nossa liberdade.”

Faz alguns meses que Bolsonaro determinou que jatos sobrevoassem o Supremo acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. Os militares se opuseram.

Na noite do último dia 6 de setembro, Fux esteve ao telefone em conversa com generais para preveni-los sobre uma possível invasão ao prédio do Supremo por bolsonaristas radicais.

Na tarde do dia seguinte, em comício na Avenida Paulista, Bolsonaro bateu duro na Justiça e disse que não respeitaria mais as decisões do ministro Alexandre de Moraes, colega de Fux.

Por obra e graça do ex-presidente Michel Temer, 48 horas depois, Bolsonaro incorporou a entidade Jairzinho paz e amor e revelou-se, desde então, um defensor intransigente da democracia.

Voltou às boas com o Supremo. E agora Fux, a pretexto de prestigiar a magistratura, assinou seu atestado de bom comportamento. São coisas de Brasília, cidade de mascarados.

Enquanto isso, horas antes no Congresso…

O senador Flávio Bolsonaro (foto em destaque) disse como seu pai reagiria ao relatório da CPI da Covid-19, que o acusa de nove crimes no enfrentamento da pandemia: com uma gargalhada.

Flávio conhece o pai que tem. Por sinal, puxou a ele no gosto por dinheiro.