Se perguntado, o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, sempre poderá responder: ora, eu estive lá somente para prestigiar a magistratura brasileira.
Fux esteve no Palácio do Planalto para a cerimônia de sanção do projeto de lei que criou o Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Minas Gerais, mais um cabide de empregos.
Ouviu de Jair Bolsonaro, que presidiu a cerimônia:
“É muito bom estar entre amigos. E hoje uma parcela considerável desses amigos é do Poder Judiciário. Vocês, sim, para nós, representam em grande parte a nossa democracia, a nossa cidadania e a nossa liberdade.”
Faz alguns meses que Bolsonaro determinou que jatos sobrevoassem o Supremo acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. Os militares se opuseram.
Na noite do último dia 6 de setembro, Fux esteve ao telefone em conversa com generais para preveni-los sobre uma possível invasão ao prédio do Supremo por bolsonaristas radicais.
Na tarde do dia seguinte, em comício na Avenida Paulista, Bolsonaro bateu duro na Justiça e disse que não respeitaria mais as decisões do ministro Alexandre de Moraes, colega de Fux.
Por obra e graça do ex-presidente Michel Temer, 48 horas depois, Bolsonaro incorporou a entidade Jairzinho paz e amor e revelou-se, desde então, um defensor intransigente da democracia.
Voltou às boas com o Supremo. E agora Fux, a pretexto de prestigiar a magistratura, assinou seu atestado de bom comportamento. São coisas de Brasília, cidade de mascarados.
Enquanto isso, horas antes no Congresso…
O senador Flávio Bolsonaro (foto em destaque) disse como seu pai reagiria ao relatório da CPI da Covid-19, que o acusa de nove crimes no enfrentamento da pandemia: com uma gargalhada.
Flávio conhece o pai que tem. Por sinal, puxou a ele no gosto por dinheiro.