Bolsonaro e os vídeos que mais viralizaram na história deste blog
O que não passava do show de um comunicador em jantar privado virou escândalo graças à polarização política do país
atualizado
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Este blog tinha uma dívida de gratidão com o ex-deputado Roberto Jefferson, o primeiro a citá-lo publicamente. Foi no segundo semestre de 2005, depois que Jefferson denunciou o escândalo do mensalão do PT. Blog de notícias políticas era tão raro que ele foi chamado de “blig”. Jefferson, hoje, está preso.
Em setembro de 2018, foi a vez de o blog passar a dever a outro político – o então candidato a presidente Jair Bolsonaro. O vídeo do momento exato da facada que ele levou em Juiz de Fora quase tirou o blog do ar devido ao número de acessos. Aqui, primeiro, se viu o ato de loucura de Adélio Bispo que ajudou a eleger Bolsonaro.
Outra vez Bolsonaro foi personagem de mais um vídeo campeão de audiência na história de quase 18 anos do blog. Por volta de uma hora da manhã de ontem foi ao ar o vídeo do jantar em homenagem ao ex-presidente Michel Temer em que André Marinho, comunicador e influenciador digital, imitou o presidente da República.
O jantar foi servido na mansão do empresário libanês Naji Nahas, em São Paulo, e reuniu em torno de Temer figurinhas carimbadas da política, da medicina, do jornalismo e do mundo de negócios. Foi o assunto mais comentado nas redes sociais e fora delas, a ponto de Temer telefonar a Bolsonaro para se explicar.
Quem atendeu o ex-presidente foi Jairzinho paz e amor, o espírito que vez por outra baixa em Bolsonaro para poupá-lo de novas confusões. Jairzinho disse a Temer não ter visto nada demais no episódio. De boas. Mas Sua Excelência, o Distinto Público, viu, e acabou sobrando assim para Bolsonaro, Temer e os comensais.
São coisas de um país polarizado e a 12 meses de novas eleições. Se alguém riscar um fósforo, corre risco de pegar fogo. O que seria um simples jantar, e além do mais privado, passou a ser tratado como escândalo político. Houve até quem o comparasse a cenas de um filme do cineasta espanhol Luis Buñuel, naturalizado mexicano.
“O humor é expressão de liberdade. O autoritarismo, seja de que lado ideológico for, detesta o riso”, observou Marinho. “Lamento quem tenha se sentido ofendido por uma descontraída sessão de imitações”. Foi na casa do pai de Marinho, o empresário Paulo, no Rio, que Bolsonaro, depois da facada, passou a gravar seus vídeos.
Foi ali, também, que Marinho aprendeu a imitar Bolsonaro. E com tal esmero que o substituiu em muitas gravações divulgadas pelo candidato como se fossem suas. Só ao fim da campanha soube-se disso. O gosto de Bolsonaro por fraudes vem de longe. É da sua natureza, como o gosto de picar é da natureza do escorpião.
Confira no vídeo abaixo outras imitações que Marinho fez no jantar. Temer gostou tanto da dele que o orientou a gesticular melhor com as mãos. A meu ver, a imitação de Ciro Gomes beira a perfeição. A de Donald Trump é a mais hilária. A de João Doria, a menos convincente. Bom divertimento para todos!