Acesa a luz vermelha no QG de campanha, desta vez de Bolsonaro
Das três pesquisas com boas notícias que o governo esperava para esta semana, agora faltam 2
atualizado
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Há 4 dias quando se pôde ver a última superlua do ano, acendeu a luz vermelha no QG da campanha de Lula. Pesquisa Genial-Quaest mostrou que a vantagem de Lula sobre Bolsonaro caíra à metade em Minas Gerais, o terceiro maior colégio eleitoral do país. De 1989 para cá, só se elege presidente quem ganha em Minas.
Desta vez, a luz vermelha acendeu no QG da campanha de Bolsonaro depois da divulgação, ontem, à noite, da pesquisa nacional do Ipec, ex-Ibope, que o candidato esperava que lhe fosse favorável. Lula aparece com 44% das intenções de voto, Bolsonaro 32% e os outros candidatos, somados, 9%. Significa o quê?
Significa que se as eleições tivessem ocorrido nos últimos dias, Lula poderia ter sido eleito no primeiro turno com 52% dos votos válidos. Na pesquisa espontânea, quando os eleitores citam de memória o nome do candidato em quem vão votar, Lula derrota Bolsonaro por 41% a 30%. Ciro Gomes (PDT) fica com 3%.
Nas simulações de primeiro e de segundo turno, Bolsonaro sobe de 37,6% para 40,7%, e Lula de 51,7% para 59,3%. Bolsonaro agrega 3,1%; Lula, 7,6%, dois por um. Lula vence Bolsonaro em São Paulo (38% a 28%), em Minas (39% a 26%), no Rio Grande do Sul (40% a 35%) e no Rio (35% a 33%), onde se registra um empate técnico.
Esses 4 estados reúnem 46,26% do eleitorado nacional. Era neles que Bolsonaro ancorava sua esperança de crescimento quando faltam apenas 47 dias para o primeiro turno das eleições. A partir de hoje, todos os candidatos poderão pedir voto e participar de comícios. É o que Bolsonaro disfarça, mas faz desde que se elegeu.
Em dezembro passado, pesquisa nacional do Ipec deu a Bolsonaro 21% das intenções de voto, e a Sérgio Moro 8%. O que a pesquisa de agora revela é que Bolsonaro ganhou os votos de Moro e atraiu mais 3 pontos que seriam de outros candidatos. É complicada a situação dele, a de Lula é de estabilidade desde então.
A nova pesquisa do Ipec incorpora parte dos efeitos do Auxílio Brasil, outro trunfo de Bolsonaro. O auxílio começou a ser pago há uma semana, mas dele os beneficiados ouvem falar há meses. A expectativa de receber um auxílio é sempre mais gratificante do que o ato de o receber em confronto com a realidade em mutação.
O auxílio acaba em 31 de dezembro. Lula diz que irá mantê-lo se se eleger. Bolsonaro saiu atrás a repetir a mesma coisa. O ministro Paulo Guedes, da Economia, tem dito que isso dependerá de mais estudos. Lula fez o Bolsa-Família, que pôs os pobres na agenda nacional. Os pobres são uma recente descoberta de Bolsonaro.