A pergunta entalada na garganta de senadores da CPI da Covid-19

Eles estão atrás da resposta que poderá causar embaraços ao governo Bolsonaro

Uma pergunta ficou entalada na garganta de senadores da CPI da Covid-19 diante da cabal recusa do advogado Danilo Trento, sócio da Precisa Medicamentos, de responder sobre qualquer coisa.

A saber: alguma vez, a Precisa pagou viagens de ministros do governo Jair Bolsonaro? Viagens pelo Brasil ou – quem sabe? – internacionais? Se pagou, por que pagou?

Essa é uma linha de investigação que avança e se aproxima do fim no âmbito da CPI, e que por razões compreensíveis é mantida sob rigoroso sigilo. Poucos ali falam a respeito.

No dia 15 de março último, um jato da Força Aérea Brasileira decolou de manhã de Brasília para São Paulo levando um poderoso ministro do governo – até aí, tudo ok.

À tarde, em jatinho fretado, o ministro voou de São Paulo para Brasília. Decolou do aeroporto de Congonhas. Não se sabe se estava sozinho. A viagem teve a ver com a compra de vacinas.

O jatinho era da Prime You, empresa de aviões, helicópteros, barcos, imóveis e carros. E o ministro, o Secretário Especial de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Augusto Viana Rocha (foto em destaque).

Cearense, almirante de Esquadra da ativa, Viana Rocha foi seis vezes titular de unidade militar. Orgulha-se de ter sido agraciado até aqui com 17 condecorações nacionais e 4 estrangeiras.

Há senadores que tremem de medo só de ouvir falar em escarafunchar histórias que possam criar embaraços a quem vista farda. Por isso que não chamaram para depor o ministro da Defesa.

E, no entanto, o ministro da Defesa, general Braga Netto, à época em que era chefe da Casa Civil, foi quem coordenou todas as ações do governo de combate à pandemia.

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