Eleição custa caro. Ninguém se elege só com dinheiro do fundo partidário. Poucos metem a mão no próprio bolso para pagar despesas de campanha. Banqueiros e empresários estão aí para financiar os que merecerem seu investimento.
A retribuição se dá por meio do voto do eleito no Congresso, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Quem presta favor cobra por ele. Quem acena com apoio futuro tem preferência. Em ano eleitoral, abre-se espaço para concessões aos pobres.
Se for sincera a revolta dos donos do dinheiro com o rompimento do teto de gastos, sempre se pode alimentar a esperança de que o Congresso não se curve inteiramente à vontade do governo. Há como aprovar o auxílio emergencial sem derrubar o teto.
A prorrogação do auxílio está sendo usada pelo governo para meter a mão em bilhões de reais que lhe permitirão comprar mais quatro anos de mandato. Fosse este um bom governo e nem assim valeria a pena fechar os olhos à manobra esperta e criminosa.
Mas o de Jair Bolsonaro é o pior governo que o Brasil republicano já teve. Só uma pequena parcela dos que votaram nele pensa o contrário. Então chegou a hora dos endinheirados revoltados pressionarem suas bancadas para que digam não ao golpe fiscal.
Só a Bolsonaro e sua gangue o golpe interessa.