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Planalto resiste a nome de deputado do União para relatar regra fiscal

Para o governo, Mendonça Filho (PE), que apoiou reeleição de Bolsonaro, "radicalizou" sua oposição ao PT

atualizado 17/03/2023 18:57

José Cruz/Agência Brasil

O Palácio do Planalto resiste à possível indicação do deputado Mendonça Filho (União-PE) para relatar a proposta do governo de instituição de um novo arcabouço fiscal.

Considerado um dos principais projetos do Executivo nesse início de mandato de Lula, o governo não quer um relator que, no seu entendimento, possa dificultar a aprovação do texto.

No Planalto, Mendonça é tido como um duro opositor do governo e que teria radicalizado seu discurso com a posse do petista. Os indicativos para esse entendimento é que o parlamentar do União assinou a criação da CPI do 8 de Janeiro, tido como oportunista pelo governo, e tem sido duro crítico à atual gestão nas suas redes sociais.

O deputado apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição em 2022.

A escolha do nome de Mendonça para relatar essa matéria ocorreu antes mesmo da reeleição de Arthur Lira (PP-AL), num acordo com o entorno do líder do União, Elmar Nascimento (BA).

Nas redes, Mendonça critica a proximidade do governo com ditadura da Nicaraguá e a criação da Procuradoria da Defesa da Democracia, para ele um órgão que pode ser uma “polícia de opinião”.

O parlamentar, um defensor do livre mercado,  sempre fez oposição ao PT. Ele não foi o único deputado do União a assinar apoio à criação da CPI do 8 de Janeiro, que o governo tenta abortar. Pelo menos 30 deputados de seu partido são signatários pela criação dessa comissão mista. O PT era favorável até o presidente Lula se declarar contrário.

Procurado pelo blog, Mendonça preferiu não comentar a resistência do governo a seu nome.