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Bom dia a cavalo (por Tânia Fusco)

Tinha mesmo que relembrar sentimentos de vingança que qualquer um de nós teria se tivesse passado pela odienta perseguição do Moro/Dallagnol

atualizado 28/03/2023 1:54

Sim. Lula tropeçou na língua, deu bom dia a cavalo e sobrevida a falecidos, já perfeitamente configurados no espaço baixo clero do Congresso Nacional.

Tinha mesmo que relembrar sentimentos de vingança que qualquer um de nós teria se tivesse passado pela odienta perseguição dos Moro/Dallagnol?

  1. É difícil esquecer. Mas tem que. Principalmente se você for Presidente da República, com uma horda de comunicadores de butuca e na torcida pra você vacilar.

Vacilou, negativou. Fim da lua de mel. Voltam os velhos detratores de sempre.

Vida que segue. Todo grão de poeira do Universo já sabia: Lula governará sob paus.

 

Aqui como lá.

Ataque em escola da Vila Sônia, em São Paulo, deixa uma professora morta e quatro feridos – 3 professoras, 1 aluno -, além dezenas de estudantes traumatizados. O assassino, aluno da escola, de 13 anos, usou uma faca para as agressões.

A desgraça só não foi maior porque o agressor foi contido pela coragem de duas professoras – Cintia da Silva Barbosa e Sandra Pereira Mendes.  O menino assassino é um garoto violento, que ameaçava colegas.

Ataque em escola de Nashville, nos EUA, deixa 6 mortos – 3 crianças, 3 adultos. A atiradora, mulher de 28 anos, ex-aluna da escola, foi morta em confronto com a polícia. Atuou armada com dois fuzis e uma pistola.

Lá nos States, neste ano, já aconteceram 89 tiroteios em escolas. No ano passado, foram 303 – o maior número de casos desde 1970, segundo os dados catalogados pelo projeto independente K-12 School Shooting Database.

No Brasil, de 2000 a 2022, ataques em escolas mataram 35 pessoas.

Antes dos ataques, a violência já marcava presença nas escolas de lá e de cá. A violência está presente no dia a dia de lá e de cá.

Temos uma sociedade injusta e muito, muito doente.

Capital e trabalho.

Como previa Marx, o velho capitalismo chega ao seu limite. E tenta se garantir no modo ditadura, com Executivo forte, Judiciário e Legislativo controlados e submissos.

Tai Israel que não nos deixa mentir. Coalizão de direitíssima, que dá as cartas no governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pretende mudar leis e normas para controlar o que chamam de “juízes ativistas”, da Suprema Corte. Já vimos esse discursinho por aqui, né não?

Mas lá em Israel, nos últimos três meses, milhares de pessoas ocupam as ruas. Entendem que as mudanças no Judiciário, pretendidas por Netanyahu e os seus, representariam o fim da democracia israelense.

Na França, o governo impopular de Emmanuel Macron atropelou o Legislativo e aprovou na marra Reforma da Previdência que, entre outras maldades, acaba com os regimes especiais de aposentadorias, aumenta a idade mínima e o tempo de contribuição para as aposentadorias.

As grandes cidades francesas, desde 2022, registram protestos gigantescos contra as reformas de Macron. O povo não sai das ruas.  Macron segue ditatoriando.

Nem Deus sabe quem vencerá as quedas de braços entre população e governos em Israel e na França.

Neste 2023, paira sobre nossas cabeças a possibilidade de quebra do sistema bancário mundial. Não é ameaça pequena.

Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, em 2001, e professor da Universidade de Columbia, nos USA veio ao Brasil e, mandou essa: a taxa básica de juros imposta pelo Banco Central é “chocante e equivalente a uma pena de morte” para a economia do país.

O mestre avalia que o Brasil tem sobrevivido porque se vira nos 30 com os bancos públicos. O professor e outros renomados da mesma área defendem que os juros altos não são caminho certo para conter a inflação.

Mudou alguma coisa na pirraça dos Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, and Mercado, and neoliberalistas da economia, do jornalismo e etc.?

Haja mulas! Haja paciência!

Pare.

Fechamos março, mês das mulheres, sabendo que, a cada 7 minutos, uma de nós é espancada. A cada hora e meia, outras de nós são assassinadas.

Pensando nesse povo todo que segue barbarizando contra a paz social e econômica, que segue propositalmente na má intenção de denominar como “gasto” todo e qualquer investimento em politicas públicas capazes de reduzir um pouco a desgraça da distancia social, não dá vontade de desistir?  Tipo, não deu certo. Pare o mundo.  Bora descer.

 

Tânia Fusco é jornalista