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Após “último gesto” da oposição, um governo exposto ao fisiologismo

Planalto saiu da vitória ontem tendo que entregar milhões dos cofres públicos e nacos do poder

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
imagem colorida do Palácio do Planalto, sede da Presidência da República
1 de 1 imagem colorida do Palácio do Planalto, sede da Presidência da República - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O 31 de maio foi o pior dia para a gestão de Lula, numa semana que começou muito mal para ele, com ataques pelo excesso de atenção a Nicolás Maduro na sua agenda. Desesperança igual só se viu no 8 de janeiro. Desde manhã, com os primeiros relatos do clima tenso e xingamentos de Arthur Lira a governistas em reunião fechada, o Palácio do Planalto começou a se preparar para um dia de cão.

No início da tarde, o petista Lindbergh Farias (RJ) subiu à tribuna pregando harmonia entre o governo e o Congresso. Num dos microfones do plenário, José Rocha (União-BA) deu a solução:

“Basta o governo cumprir sua obrigação, deputado. Temos pendências orçamentárias, emendas parlamentares que o governo se recusa a liberar, a pagar. É obrigação, e não favor algum” – disse Rocha.

O parlamentar do Centrão expressou no microfone o que se falava só em bastidores. Antigamente, declaração assim, se ouvia apenas em off (quando a ‘fonte’ conta, mas pede para não ser revelada).

O governo saiu da vitória de ontem que mantém a estrutura do ministério traçada por Lula desde o primeiro dia de seu mandato mais exposto e tendo que dividir, bem antes da hora, nacos do poder com o Centrão e com menos dinheiro em caixa, já que, só ontem, liberou R$ 1,7 bilhão de emendas parlamentares.

No encerramento da votação, ontem, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que o dia foi “doído e doloroso”.  Para ele, bem mais talvez, já que foi alvo de ataques e críticas de sua condução do papel que exerce.

Doído e doloroso foi para todo o governo. Com apenas cinco meses de mandato, Lula experimentou, mais uma vez, o amargo da relação do toma lá, dá cá entre Executivo e Legislativo.

O Palácio do Planalto saiu vitorioso, mas também bastante exposto. Uma expressão muito utilizada durante o dia, nos discursos no plenário, foi a concessão do “último gesto” da oposição ao governo. Ou seja: agora é ceder e ceder.

O próprio líder do PT, Zeca Dirceu (PR), repetiu essa maneira como as coisas se deram e afirmou que governo tem que aproveitar mesmo esse “último gesto”.

Pode significar também que alterações podem vir por aí na composição do governo. O União Brasil, por exemplo, quer a cabeça do ministro Rui Costa (Casa Civil). A legenda é liderada pelo também baiano Elmar Nascimento, adversário político do ex-governador petista de seu estado.

Alguns deputados desse mesmo Centrão, perguntados, não sabiam direito o que foi negociado com o governo. Votaram a favor da MP crédulos nos acordos de seus líderes e de Arthur Lira com o Planalto.

Não se sabe exatamente ainda o preço a pagar pelo governo, além do R$ 1,7 bilhão de emendas. Se falam em cargos, que vão desde ministros a postos em segundo escalão nos estados. A resposta pode estar nas edições do Diário Oficial dos próximos dias.

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