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Sofre de coulrofobia? Saiba como tratar o medo extremo de palhaços

Distúrbio afeta principalmente crianças, mas tem sido comum em adultos, diz especialista

atualizado

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Pretty Clown
1 de 1 Pretty Clown - Foto: iStock

Tem palhaço aparecendo por todos os lados. Alguns, foram retirados do contexto de alegria e arte do circo e fazem brincadeiras bem sem graça. Há quem tenha pavor deles e acabe num divã para resolver o problema. E nem precisa ser palhaço do mal. Aqueles de festa de criança são suficientes para arrepiar os cabelos de quem sofre da chamada coulrofobia, como é chamada a fobia de palhaços.

Segundo a neuropsicóloga Sara Sammy, o transtorno é uma espécie de extensão de um quadro de ansiedade extrema e, no caso dos palhaços, bem mais comum em crianças. No entanto, tem sido cada vez mais frequente nos consultórios também em adolescentes e adultos.

“Crianças com menos de 6 anos estranham muito pessoas com as quais elas não convivem muito. E um palhaço é um ser estranho, porque tem a forma humana, mas se veste com roupas coloridas, tem um pé grande, um nariz vermelho grande, quase como uma deformidade. O cérebro interpreta aquilo como uma coisa bizarra”, explica a especialista.

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Já nos adultos, o aparecimento da fobia pode ser alimentado por filmes e seriados, por exemplo. “Geralmente, a pessoa vem de um quadro de muita ansiedade, se expõe a uma coisa como um palhaço e de repente sofre uma descarga de adrenalina. Imediatamente o cérebro interpreta aquilo como uma situação de perigo, de fuga. E aí desenvolve-se um circuito de funcionamento cerebral que é ativado toda vez que ela entra em contato com aquele objeto. Pode ser uma barata, aranha, avião.”

Palhaços são amigos
O tratamento, chamado de “dessensibilização sistemática”, é igual para todos os tipos de fobia e consiste em, basicamente, expor a pessoa ao objeto aos poucos, por meio de imagens mentais, para que ela aprenda a lidar com medo.

Também inclui técnicas de respiração e autocontrole, para que a ansiedade seja domada. Aos poucos, o cérebro vai aprendendo novos “caminhos” e o que antes causava tanto sofrimento acaba sendo só mais uma pessoa com a cara pintada na rua.

“Há quem consiga se livrar completamente, desenvolvendo um novo caminho cerebral, e quem aprenda a controlar o medo. Porque medo nós sentimos de várias coisas, mas a fobia, que paralisa a pessoa, não. Fobia é doença mesmo”, explica Sara. O tratamento leva de três a seis meses.

 

 

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