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A vida depois de… Vencer a pobreza e se tornar empresário de sucesso

Aos 16 anos, João Miranda Lima começou a trabalhar lavando pratos em uma lanchonete. Com muito esforço, foi subindo de cargo, ajudou a criar a Rua dos Restaurantes e já teve 18 negócios próprios

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Foto: Felipe Menezes/ Metrópoles
A vida depois de… Começar lavando pratos e acabar dono de uma galeteria
1 de 1 A vida depois de… Começar lavando pratos e acabar dono de uma galeteria - Foto: Foto: Felipe Menezes/ Metrópoles

Aos 60 anos, João Miranda Lima construiu uma trajetória de vida baseada em trabalho. Nascido no município de Ipueiras (CE), saiu da casa dos pais aos 10 anos para morar com a madrinha em Fortaleza e ter a oportunidade de estudar.

Aos 16 anos, vendeu um bezerro, presente do avô, e uma bicicleta para ir morar no Rio de Janeiro. Começou a fazer o ginásio, mas precisou interromper os estudos e buscar um emprego, pois além de se manter, ajudava os pais financeiramente.

Foi mais difícil do que imaginei, era muito novo, não conseguia nada. Ninguém queria empregar um menino de 16 anos, sem muita experiência. Um amigo conterrâneo trabalhava em lanchonete e perguntou se eu teria interesse, a vaga era de lavador de pratos.  

João Miranda Lima

Deu tudo certo e de 7h30 às 17h, seu Miranda, como é chamado, estava na lanchonete Googies. O dono do estabelecimento era o americano Fred, que confiava muito no cearense e em um ano e meio foi promovendo-o a copeiro, balconista, caixa e subgerente.

Foi quando apareceu o convite para trabalhar na lanchonete Chaplin, em Ipanema. Com a mudança de emprego, Miranda conseguiu sair do morro em que morava para viver na pensão da portuguesa Dona Augusta, localizada no mesmo bairro do emprego. Durante os três anos de casa, foi de caixa a subgerente.

A vida deu mais uma reviravolta e Miranda teve a oportunidade de sair do Rio e mudar para Brasília, uma cidade em ascensão. Um dos donos da lanchonete carioca Chaplin abriu uma filial em Brasília, no Cine Karim da 110 Sul. Com a proposta de ser gerente do estabelecimento, Miranda veio para capital federal.

“Era tudo muito diferente, mas a vontade de crescer e vencer na vida era maior”, afirma.

Felipe Menezes/ Metrópoles
Seu Miranda começou a trabalhar aos 16 anos, foi proprietário de 18 estabelecimentos da cidade e hoje dirige a Galeteria Beira Lago, com outros três sócios

Em 1976, foi convidado por um grupo de servidores do Banco Central para abrir a lanchonete Janjão, no Cine Centro São Francisco. Aceitou ser gerente com participação nos lucros. A lanchonete deu certo e o grupo abriu uma filial, a lanchonete Psiu, na 204 Sul. Dois anos depois, as duas casas foram vendidas e com sua parte do dinheiro, Miranda conseguiu abrir o seu primeiro bar: o Treco, na 311 Sul.

Sorte nos negócios e no amor também. Em uma conversa com a mãe, João Miranda ficou sabendo que alguns parentes também estavam morando em Brasília e foi orientado a visitá-los.

“Ô alegria, cheguei lá e conheci essa minha prima, Lígia. Namoramos três anos antes de casar, em 1981. Tenho muito a retribuir à minha esposa. Ela é minha parceira e ainda me deu meus dois filhos, Lilian e João Junior”, diz.

Foto: Reprodução Casa do Ceará 50 Anos
Miranda com sua esposa Lígia, e os filhos João Junior e Lilian

Quando abandonou o segundo grau, ele sonhava ser advogado. O desejo foi repassado e realizado pelos filhos, que atuam na área. Com Lígia, o empresário abriu a Pizzarella, na 405 Sul, que foi um sucesso. A quadra ficou conhecida como Rua dos Restaurantes e Miranda faz parte dessa história. A comercial chegou a ter 23 restaurantes, sendo que oito estabelecimentos eram dele.

Durante os 20 anos em que ficou na Rua dos Restaurantes, o empresário também mantinha outros estabelecimentos pela capital, entre eles o Aerobar e o Box 16. Com o último, Miranda pode se aventurar pela comida nordestina, casa de shows e galeteria. Algum tempo depois, acabou vendendo o Box 16.

Nunca fali nenhum estabelecimento, pelo contrário, vendi todos muito bem. Mas, a gastronomia tem muitos altos e baixos.

Seu Miranda

Foi presidente do Sindhobar por oito anos e conhece as dificuldades pelas quais passam os comerciantes. Para ele, quem resolve abrir um restaurante tem que amar o que faz. João Miranda credita seu sucesso ao fato de conhecer seus clientes pelo nome, ir de mesa em mesa, pegar na mão, ficar sempre à frente e participando da movimentação.

“Não posso esquecer do material humano. É o principal. Chamo todos que trabalham comigo de colegas de trabalho, somos todos iguais. Alguns estão comigo há tanto tempo…”, relembra.

Foto: Felipe Menezes/ Metrópoles Sem conseguir se afastar do ramo, em 2007, o empresário abriu – junto com seus três sócios, a Galeteria Beira Lago. Com mais de 50 funcionários, o estabelecimento recebe políticos, empresários e até a presidenta Dilma já esteve por lá.

E ele não pretende parar por aí. Entre os planos futuros está passar mais tempo aproveitando a família e abrir mais um restaurante. O empresário ainda não dá muitos detalhes da nova casa, mas garante que é um plano sólido.

“Meu avô me dizia que a melhor coisa é fazer o que se gosta. Eu amo o que faço, me sinto feliz. Se me oferecessem qualquer outro ramo, eu não aceitaria. Quero ficar velhinho, de bengala, em um restaurante”, fala sorridente.

Quando olha pra trás e vê tudo que conquistou, Miranda fala de Deus em tom de agradecimento e define sua jornada com um versículo da bíblia: “Olhai tudo e tirai o que é bom”, 1 Tessalonicenses 5:21.

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