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Veneno de jararaca e aranha da Amazônia podem tratar doenças, diz pesquisa

Estudo brasileiro encontrou peptídeos que podem ter potencial farmacológico contra o câncer e problemas cardiovasculares

atualizado

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Sávio S. Sant’Anna/Divulgação
jararaca-do-norte
1 de 1 jararaca-do-norte - Foto: Sávio S. Sant’Anna/Divulgação

Um time de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Butantan identificaram peptídeos com potencial farmacológico no veneno da serpente jararaca-do-norte e na Tarântula de Rondônia. As duas espécies são típicas da região Norte do Brasil.

Os estudos foram publicados nas revistas científicas Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases e na Frontiers in Pharmacology.

Foram encontrados 105 peptídeos (fragmentos de proteína) no veneno da jararaca e 7 no da aranha, além de 84 toxinas. Os pesquisadores esperam que a descoberta ajude a formular novos medicamentos para combater câncer, doenças cardíacas, bactérias, fungos e vírus.

O uso de partes do veneno de animais em medicamentos não é novidade: outras serpentes do mesmo gênero da jararaca-do-norte já proveram material para remédios de controle da pressão arterial e o veneno de aranhas é usado em biopesticidas. Porém, esta é a primeira vez que os peptídeos são identificados neste nível de detalhamento.

No caso do veneno das tarântulas, foi necessário usar ferramentas computacionais para analisar as substâncias — como são muito menores, elas produzem pouca quantidade de veneno, o dificulta a identificação.

Em um próximo passo da pesquisa, os cientistas devem fazer testes experimentais em laboratório e em animais para confirmar o potencial de atividades biológicas.

“Esse estudo mostra ainda como conhecemos pouco da nossa biodiversidade, a maior do mundo, tanto do ponto de vista biológico e ecológico, quanto farmacológico e biotecnológico. Moléculas como essas podem ser exploradas de forma sustentável. Estamos perdendo muitas espécies sem nem mesmo conhecê-las”, explicou Alexandre Tashima, o coordenador dos estudos, em entrevista à Agência Fapesp, que apoiou o projeto.

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