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Vamos lutar por uma rede de proteção para as mulheres do DF

É injustificável que, no século XXI, as brasileiras apresentem geralmente nível de escolaridade maior que o dos homens e recebam 29% menos

Autor Raissa Rossiter*

atualizado

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Stack of hands showing unity
1 de 1 Stack of hands showing unity - Foto: iStock

Há muito, o 8 de Março deixou de ser um dia de defesa de direitos da população do sexo feminino e se transformou numa data para tratar de questões sob perspectiva de gênero, englobando raças, cores, idades, credos, com deficiência, mulheres trans, mulheres lésbicas, enfim, todas. Mas a igualdade de gênero está longe de ser alcançada.

É injustificável que, no século XXI, as brasileiras apresentem geralmente nível de escolaridade maior que o dos homens e recebam 29% menos (IBGE-2010) ou sejam preteridas em cargos de chefia, mesmo com qualificação superior à do escolhido. Essa realidade não traduz o potencial da mulher brasileira, que ousa, cria e empreende.

As mulheres são, por exemplo, a maioria (54%) entre os mais de 730 microempreendedores que obtiveram quase R$ 10 milhões em microcrédito, concedido pelo Governo de Brasília neste ano.  Em cursos da Fábrica Social (construção civil, produção de alimentos e outros), 80% dos inscritos são mulheres.

A promoção da autonomia financeira é também porta de saída de situações de vulnerabilidade social. Infelizmente, mulheres ainda são alvo de crimes e abusos – às vezes, pelo simples fato de serem mulheres. Os agressores não se intimidam sequer com a severa Lei Maria da Penha. Na capital do país, pelo menos uma mulher é vítima de violência doméstica por hora, são mais de 1.100 por mês, 13 mil por ano. E por mês uma delas sofre feminicídio – quando a morte é causada por conta do gênero.

A mulher vítima de violência conta com uma rede de apoio no DF: os Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceam), os Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (NAFAVDs), as Casas Abrigo, as unidades móveis e a Casa da Mulher Brasileira. E, a partir de abril, um projeto piloto garantirá a 100 mulheres sob medida protetiva judicial acionar um “botão” de segurança e serem atendidas com urgência.

Priorizar o atendimento a mulheres, inseri-las no mercado de trabalho, promover políticas que evitem a violência doméstica e o feminicídio são essenciais para construir uma sociedade igualitária.

*Secretária Adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Governo de Brasília

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