Menina que era mantida presa pela mãe ganha festa ao sair do hospital
Após passar duas semanas no hospital, criança passará a morar com o pai. Policiais, professores e conhecidos ajudaram na reforma de cômodo que abrigará a garota
atualizado
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Foram duas semanas no hospital para se recuperar dos maus-tratos. Mas, nesta sexta-feira (19/8), a menina de 8 anos, que era mantida em cárcere privado pela mãe e uma pastora evangélica, em Ceilândia, poderá finalmente dormir em casa. Após ser libertada pelo Conselho Tutelar e pela Polícia Militar, ela ficará com o pai e a madrasta. Mesmo recuperada da desidratação, a garotinha ainda se movimentava com a ajuda de uma cadeira de rodas, mas estava sorridente durante uma festa para comemorar sua chegada.
Para receber a menina, o pai, parentes, vizinhos e os policiais que ajudaram no caso fizeram uma pequena festa nos fundos da residência, onde a família irá morar. Em parceria, policiais militares, professores, conselheiros tutelares e membros da comunidade também se uniram para reformar o quarto da criança. “Compramos móveis, brinquedos e outros mantimentos. Uma parte só chegará na semana que vem, mas acredito que a ajudará a ter uma vida melhor”, conta o major Márcio Rogério, que resgatou a jovem no início de agosto e participou da festinha.A festa movimentou a rua onde vive a família. A todo instante pessoas chegavam para transmitir um pouco de carinho à menina. “Apesar de toda a dificuldade, ela está muito bem e até o olhar já está mais alegre, como deve ser”, contou um dos amigos que deixava a festa na noite desta sexta-feira (19). Dentistas e médicos também entraram em contato com a família para oferecer consultas à menina.
Memória
A mãe e a pastora foram presas em 5 de agosto, quando a Polícia Militar resgatou a menina, que vivia trancada em um quarto escuro nos fundos do templo, em Ceilândia Norte. A mãe punia a garota porque, segundo uma pastora da igreja que frequentava, a criança estaria possuída pelo demônio. No entanto, a mulher e a suposta religiosa foram libertadas dois dias depois, após audiência de custódia na Justiça do DF.
A operação de resgate ocorreu após denúncias de vizinhos. Ao chegarem ao local, os policiais e conselheiros encontraram a criança com um quadro grave de desnutrição a ponto de não conseguir ficar em pé. Ela teve de ser levada ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC) para ser tratada.