metropoles.com

Entenda o desfecho da eleição na Alemanha que deu 4ª vitória a Merkel

Angela Merkel venceu com 33% dos votos, mas houve perdas significativas e sinaliza um governo em busca de coalizões

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução/DW
angela
1 de 1 angela - Foto: Reprodução/DW

Os alemães foram às urnas em todo o país neste domingo (24/09) para eleger os novos membros do Parlamento. O resultado da eleição legislativa seguiu as previsões, Angela Merkel venceu com 33% dos votos. A eleição manteve os partidos que estão no governo como líderes de voto, apesar das perdas significativas, e trazendo pela primeira vez em mais de 50 anos os populistas de direita ao Parlamento, aonde chegam como a terceira maior força política do país.

Alerta a Merkel
A União Democrata Cristã (CDU) e sua ramificação bávara União Social Cristã (CSU), que tinham a atual chanceler federal, Angela Merkel, como candidata à reeleição, mantiveram a liderança na votação deste domingo, mas viram cair de forma significativa seu apoio. Com perda de 8,5 pontos percentuais em comparação com a última eleição, em 2013. Esse é o pior resultado da legenda desde 1949.

Em pronunciamento após a divulgação das primeiras projeções, Merkel, que garante, assim, um quarto mandato, reconheceu que “esperava resultados melhores”, mas se disse feliz por fazer parte do “partido mais forte”. Ao todo, a CDU/CSU deve ocupar 246 cadeiras no Parlamento.

Dia difícil para social-democratas
Atual parceiro de coalizão de Merkel, o Partido Social Democrata (SPD), do candidato Martin Schulz, ficou em segundo lugar, com 20,5% dos votos. O resultado corresponde a 5,2 pontos percentuais de queda em relação à eleição passada, há quatro anos.

O número também não agradou aos social-democratas, que, assim como a CDU/CSU, obtiveram seu pior resultado em eleições legislativas desde o pós-Guerra. O partido deve ocupar, ao todo, 153 cadeiras no Parlamento.

“Hoje é um dia difícil e amargo para a social-democracia alemã. E vou dizer diretamente: nós não atingimos o nosso objetivo nestas eleições”, reconheceu Schulz em pronunciamento durante a noite.

Do governo à oposição
Assim que saíram os primeiros resultados, o SPD anunciou que não deve continuar apoiando a chanceler federal e que pretende voltar à oposição. “Este é um resultado muito ruim para o SPD, uma derrota muito dura. Para nós, a grande coalizão acaba aqui”, afirmou a vice-presidente do partido, Manuela Schwesig, anunciando o divórcio que mais tarde foi confirmado por Schulz.

A vitória sem margem de conforto deve render dificuldades para Merkel formar uma nova coalizão governista. Com a saída do SPD, resta à chanceler federal tentar negociar com os liberal-democratas, que já foram seus parceiros de coalizão antes de 2013, e provavelmente os verdes.

Questionada se teria um governo formado antes do fim do ano, Merkel se negou a fazer previsões, mas descartou a formação de um governo minoritário. “Tenho a intenção de chegar a um governo estável na Alemanha”, declarou a chanceler federal.

Em 2013, as negociações para a formação da coalizão da CDU de Merkel com os social-democratas se estenderam por dois meses. Enquanto uma nova parceria entre as legendas não se forma, mantém-se o atual governo.

Nacionalistas no Bundestag
A grande novidade da eleição legislativa deste domingo foi a ascensão da Alternativa para Alemanha (AfD), o partido populista de direita fundado há pouco mais de quatro anos. Ele ingressa pela primeira vez no Parlamento, como a terceira maior bancada.

Com 12,6% dos votos, a AfD deve ocupar 94 cadeiras no Bundestag, à frente de grupos tradicionais que atuam há décadas, como A Esquerda e os verdes. Independentemente de como Merkel rearranjar sua coalizão governista, a legenda populista, que teve um avanço de 7,9 pontos percentuais em relação a 2013, será um dos principais partidos de oposição.

A última vez que a Alemanha do pós-Guerra viu um partido nacionalista chegar tão longe foi no início da década de 1960, quando agremiações como os extintos Partido Alemão e o BHE (o braço político da liga dos alemães expulsos do leste da Europa) chegaram a ocupar cadeiras no Parlamento, mas nenhum deles teve uma votação tão expressiva como a da AfD neste domingo.

Retorno dos liberais
O Bundestag será composto por seis bancadas. O Partido Liberal Democrático (FDP) vem logo atrás da AfD, e volta ao Parlamento após um hiato de quatro anos. Ao conquistar 10,7% dos votos, desta vez os liberais mais que dobraram seu resultado na eleição anterior, de 4,8%, e portanto abaixo da cláusula de barreira de 5% para conseguir mandatos no Parlamento. Na próxima legislatura, eles devem ocupar 80 cadeiras no Bundestag.

Verdes e A Esquerda mantêm apoio
Outras duas bancadas no Parlamento serão do A Esquerda e do Partido Verde. O primeiro é fruto da fusão de duas agremiações esquerdistas: o Partido do Socialismo Democrático (PDS) – criado em 1989 e que sucedeu ao Partido Socialista Unitário da extinta Alemanha Oriental (SED) – e o Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social (WASG) – criado em 2005, aglutinando dissidentes do SPD e sindicalistas. Já o Partido Verde tem a questão ambiental como principal agenda.

Ambos aumentaram seu apoio em apenas alguns décimos em relação a 2013. A Esquerda obteve 9,2% dos votos e, com isso, ocupará 69 cadeiras no Bundestag, e os verdes terão 67 assentos, com 8,9% dos votos.

Três quartos dos eleitores nas urnas
O voto na Alemanha não é obrigatório. Ainda assim, 76,2% dos eleitores compareceram às urnas neste domingo para exercer seu direito democrático. A participação foi maior do que na eleição passada, em 2013, quando ficou em 71,5%.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?