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Deputados venezuelanos acusam Nicolás Maduro de golpe

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) assumiu as competências do Legislativo no país durante a tarde desta quinta (30/3)

atualizado

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Julio Borges
1 de 1 Julio Borges - Foto: AP Photo/Ariana Cubillos

A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, acusou nesta quinta-feira (30/3) o presidente Nicolás Maduro de dar um golpe de Estado depois de o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) assumir as competências do Legislativo no país. Os deputados também convocaram protestos em todo o país a partir de sábado.

“Na Venezuela, Nicolás Maduro deu um golpe de Estado”, disse o presidente da Assembleia, Julio Borges, ao rasgar do lado de fora da Casa uma cópia da decisão do TSJ qualificada por ele como “lixo”.

O político opositor também exortou as Forças Armadas a não “continuarem caladas frente à ruptura da Constituição”. “Sabemos que uma imensa maioria dos oficiais estão contra o caos que se passa na Venezuela”, disse o deputado, que indicou que a Assembleia “se rebela e desconhece” a decisão judicial. “Nós esperamos que nossas Forças Armadas sejam as primeiras guardiãs da democracia e da Constituição da Venezuela, e se transformem em parte da solução da democracia no país. E tenham também responsabilidade de lutar para que a Venezuela seja uma democracia”, afirmou Borges.

Mais cedo, em nota, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal coalizão de oposição do país, criticou a decisão do TJS. “Esta sentença inconstitucional, que nós rejeitamos, é mais um passo no desmantelamento da democracia venezuelana”, disse a MUD. “Este governo está morrendo e, por este motivo, está recorrendo a este tipo de medida desesperada.”

Na noite de quarta-feira a Sala Constitucional do TSJ assumiu as funções da Assembleia Nacional em uma decisão que os analistas disserem representar um largo passo em direção a um modelo de autoritarismo no país. “Nesta semana avançamos lentamente em direção a um modelo autoritário na política venezuelana. A democracia está em perigo”, disse o analista Carlos Romero. “Estamos diante de um uso indiscriminado e ilegal das atribuições do TSJ para acabar com o Legislativo.”

Já o legislador Diosdado Cabello, um dos principais dirigentes do chavismo, comemorou a decisão. “Não podemos estar com a Assembleia Nacional ausente porque eles querem”, disse.

O cientista político Christopher Sabatini, especialista em América Latina da Universidade Columbia, em Nova York declarou: “O Tribunal Supremo, órgão que deve velar pelas leis, pelos direitos e pela Constituição, simplesmente violou a Constituição. Não foi qualquer poder que o fez. Quando que já se ouviu falar em uma corte suprema dando um golpe?, questionou Sabatini.

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