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Maduro ordena saída de servidores que apoiam referendo na Venezuela

Em 2003, os governistas criaram uma lista de funcionários públicos que apoiaram um referendo revogatório contra o então presidente Hugo Chávez e esses nomes foram demitidos. Na ocasião, a lista foi criticada no país e denunciada por organismos internacionais

atualizado

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Marcos Oliveira/Agência Senado
Nicolas Maduro
1 de 1 Nicolas Maduro - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou que seus ministros retirem de seus cargos diretores e funcionários que apoiam o referendo revogatório de seu mandato, defendido pela oposição. Dirigente governista e prefeito de Caracas, Jorge Rodríguez disse nesta terça-feira que Maduro determinou que os ministros de Alimentação, Empresas Básicas, Finanças, Casa Civil e do Trabalho estabeleçam que “não pode haver em cargos de direção pessoas que estejam contra a revolução e o presidente”.

De acordo com Rodríguez, há um prazo de 48 horas para que as pessoas que tenham cargo de confiança mas eventualmente sejam contra o presidente “tenham outro destino laboral”. O dirigente assegurou que foram entregues os nomes dos dirigentes e funcionários em cargos de confiança que participaram na coleta de assinaturas realizada pela oposição em abril para ativar a primeira fase do processo do referendo revogatório.

O secretário-executivo da aliança opositora, Jesús Torrealba, pediu que a Procuradoria Geral e a Defensoria do Povo investiguem as afirmações de Rodríguez. Segundo Torrealba, caso se confirme a iniciativa, o governo estaria “violando o direito constitucional de se expressar politicamente”. Para o oposicionista, a ameaça é uma “chantagem e extorsão”.

Em 2003, os governistas criaram uma lista de funcionários públicos que apoiaram um referendo revogatório contra o então presidente Hugo Chávez e esses nomes foram demitidos. Na ocasião, a lista foi criticada no país e denunciada por organismos internacionais.

Assinaturas
O Conselho Nacional Eleitoral aprovou neste mês a validação de mais de 1% das assinaturas pelo referendo, mas fixou prazo para coleta de assinaturas de 20% dos eleitores e para a convocação da consulta que colocam em risco a possibilidade de que possa se realizar neste ano.

O dirigente opositor Henrique Capriles, um dos principais defensores da consulta, afirmou na noite de segunda-feira que a convocação de uma mobilização opositora em 1º de setembro de diferentes partes do país até Caracas para pressionar pela definição do cronograma para o referendo. Na resposta à marcha opositora, Rodríguez disse que os governistas também realizarão a tomada de praças e autopistas de todas as cidades do país.

Maduro enfrenta esse processo em meio a uma complexa crise econômica, dominada pela inflação de três dígitos ao ano e graves problemas de escassez, que golpearam a popularidade do governo e geraram um crescente descontentamento, que se manifesta em protestos nas ruas e em saques em lojas.

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