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Dilma Rousseff: “Governo vai fazer uma chacina” nas leis trabalhistas

A declaração foi dada nesta terça-feira (11/4) durante palestra na Universidade Columbia, em Nova York

atualizado

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Guilherme Walterberg
Dilma em Nova York
1 de 1 Dilma em Nova York - Foto: Guilherme Walterberg

Nova York – A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, na tarde desta terça-feira (11/4), que o atual governo, liderado por Michel Temer (PMDB), está fazendo uma “chacina” nas leis trabalhistas. Segundo ela, a aprovação da terceirização e a reforma trabalhista que o Planalto pretende apresentar na semana que vem representam uma das “maiores prevaricações na história do Brasil”.

“Vão fazer uma chacina, uma mortandade na lei (trabalhista). Uma mulher grávida poderá participar de atividades que prejudicam sua saúde se tiver atestado para isso”, disparou, durante palestra na Universidade Columbia, em Nova York.

De acordo com a ex-presidente, a principal motivação das forças que apoiaram o seu afastamento foi a retomada do “projeto neoliberal” que, na sua própria definição, representa a “privatização, retirada de direitos sociais e redução do papel do Estado”. Ainda seguindo no raciocínio, Dilma afirmou que a consequência final desse processo é maior desigualdade social, além do fim da democracia.

Dilma proferiu palestra chamada “Brazilian Democracy: Challenges and Perspectives” (Democracia Brasileira: Desafios e Perspectivas)” no prédio onde funciona o centro de estudos italianos da Universidade Columbia, em Nova York. O edifício foi um presente dado pelo ex-ditador fascista italiano Benito Mussolini à universidade, antes da Segunda Guerra Mundial.

Lava Jato
No dia em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou a abertura de 76 inquéritos como parte da Operação Lava Jato – incluindo oito ministros do atual governo -, a ex-presidente disse que um dos objetivos do seu impeachment era barrar a evolução da investigação. Além de 16 petistas na lista de inquéritos, há mais 30 políticos do PMDB e do PSDB – ambos apoiaram o seu afastamento.

Como evidência dessa suposta articulação, Dilma citou as gravações nas quais o senador Romero Jucá (PMDB-RR) destacou que era preciso “estancar a sangria” da Lava Jato. Jucá está entre os políticos com inquérito aberto.

“O que articulava a classe política era impedir que as investigações em curso atingissem certos segmentos que queriam dar o golpe”, disse.  Em sua fala, Dilma criticou o sistema político brasileiro e defendeu uma reforma política no país, que imponha uma cláusula de barreira para impedir a proliferação de partidos.

“O Brasil é ingovernável. O sistema induz à fisiologia, à compra de voto. Não é possível ter 25 partidos. Ninguém acredita que tenha 25 projetos no país”, afirmou. Dilma também pregou que as eleições do ano que vem ocorram sem problema. “O processo não pode ser alvo de disputa casuística, que o impeça de acontecer normalmente”, afirmou.

No último sábado (8), Dilma se apresentou na Brazil Conference at Harvard & MIT, em Boston, onde disse que temia que seu padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, seja preso antes das eleições. Lula e Dilma estão na lista encaminhada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF e poderão ser investigados pela Justiça comum, uma vez que não têm foro privilegiado.

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